Portugal continental registou entre as 20:00 e as 23:00 de terça-feira 109 ocorrências relacionadas com o mau tempo, a maioria inundações, adiantou à Lusa fonte da Proteção Civil.
Nas primeiras horas as zonas mais afetadas foram concelhos do distrito de Aveiro e do Porto, explicou Elísio Pereira, comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Mais perto das 23:00 de terça-feira o mau tempo fez-se sentir mais a sul, com a região de Leiria a registar 19 ocorrências e a Península de Setúbal a registar 17 ocorrências, detalhou.
"As zonas mais a sul estão agora a ser afetadas. É possível que a região do Algarve seja também afetada", acrescentou, referindo que até agora não há registo de vítimas.
A ANEPC emitiu na segunda-feira um alerta à população para o agravamento do estado do tempo em Portugal continental até quarta-feira, com chuva forte, acompanhada de trovoada e granizo, e alerta para medidas preventivas.
IPMA alerta para agravamento do estado do tempo
Com base nas previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) relativamente à depressão "GAROE", que tem afetado a Madeira e os Açores desde há dois dias e que se deslocou para o continente, a Proteção Civil avisou para situações de "precipitação, por vezes forte, acompanhada de trovoada e ocasionalmente granizo", até à próxima quarta-feira, em especial nas regiões centro e sul e no litoral norte.
Esta situação poderá ser acompanhada por vento do quadrante sul, com rajadas até 75 quilómetros/hora (Km/h) no litoral e terras altas, bem como agitação marítima a partir de terça-feira na costa ocidental e a sul do cabo Carvoeiro, incluindo o barlavento algarvio, com ondas até 5,5 metros.
Face a estas previsões do IPMA, a ANEPC alerta para a eventual ocorrência de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais, por obstrução dos sistemas de escoamento ou por galgamento costeiro, assim como de cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras.
Alerta igualmente para a instabilidade de vertentes, conduzindo a movimentos de massa (deslizamentos, derrocadas e outros) motivados pela infiltração da água, fenómeno que pode ser potenciado pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais ou por artificialização do solo.
A ANEPC recomenda também cautela com o piso rodoviário escorregadio devido à possível formação de lençóis de água e com possíveis acidentes na orla costeira, devido à forte agitação marítima.
Não praticar atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da orla marítima e a adoção de uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tomando especial atenção à eventual formação de lençóis de água nas vias rodoviárias, são outras das recomendações.
A ANEPC recomenda ainda à população para não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas e para estar atenta às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e das Forças de Segurança.
- Com Lusa