Cristina Rodrigues, atual deputada do Chega, vai começar a ser julgada em maio na sequência da acusação, por parte do Ministério Público, de acesso informático ilegítimo e de eliminar emails da caixa de correio do gabinete jurídico do Partido dos Animais e Natureza (PAN), do qual se tinha desvinculado há cerca de cinco anos

Segundo o Ministério Público, que acusou a Cristina Rodrigues de dano informático e acesso ilegítimo, a deputada do Chega eliminou os emails com vista a “impedir o PAN de prosseguir a sua atividade política”.

Jurista de formação, Cristina Rodrigues foi contratada para prestar este serviços na Secretaria de Ação Jurídica (SAJ) do PAN em 2015, acabando por assumir a sua coordenação cerca de um ano depois, segundo avança o JN. Enquanto coordenadora dos serviços jurídicos do PAN, tinha acesso à caixa de correio eletrónico onde eram recebidas milhares de denúncias, tendo-lhe o partido também disponibilizado um email com o seu nome.

Cristina Rodrigues foi eleita deputada do PAN em 2019, mas em 2020 entrou em rutpura com o partido (passando a deputada não inscrita). Na acusação, a que o JN teve acesso, consta que a atual deputada do Chega, juntamente com outra advogada do que prestava serviços no secretariado jurídico do PAN, "de forma concertada, entre os dias 24 e 25 de junho de 2020 removeram um número não apurado de mensagens de correio eletrónico da pasta “Inbox” para a pasta “Lixo” e, posteriormente eliminaram o conteúdo desta última pasta”.

O objetivo, segundo acusa o Ministério Público era impedir que os responsáveis do PAN tivessem acesso ao conteúdo dos emails da SAJ. O JN dá conta que, até ao momento, o PAN só conseguiu recuperar 275 dos emails que foram apagados.