A História voltou hoje a acontecer em Machico. Eram 16h39, as águas da baía recebeu, uma vez mais, a Nau Santa Maria encenando o desembarque de Tristão Vaz Teixeira e Gonçalves Zarco, momento simbólico que marca a chegada dos primeiros navegadores portugueses à Madeira em 1419. O público encheu a frente-mar e os rostos de cada visitante espelhava emoção, num silêncio quebrado apenas pelo som dos tambores e das gaitas.

Logo após o desembarque, seguiu-se o majestoso Cortejo dos Mestres, uma celebração de cor, ofícios e tradição, com centenas de figurantes a desfilarem na frente mar, trajados à época, empunhando ferramentas, tecidos, instrumentos e outros símbolos das artes manuais que moldaram o quotidiano da época. O tema deste ano, “Mesteres: O Saber nas Mãos”, ganhou vida numa demonstração vibrante da herança cultural que o Mercado Quinhentista preserva e que é sem sombra de dúvida um autêntico cartaz cultural, uma marca distintiva do município, fiel ao seu passado, soube mais uma vez transformar a evocação histórica numa experiência viva e imersiva.

Este é apenas o segundo de três dias intensos de festa e recriação histórica. Com mais de 1.400 figurantes, cerca de 500 performances diárias, dezenas de grupos de animação e zonas temáticas, Machico volta a ser, até domingo, a capital da memória madeirense, num Mercado Quinhentista que não é um evento qualquer.