O diretor do serviço de ortopedia do Hospital de Santa Maria, Paulo Almeida, pediu, esta terça-feira, a demissão do cargo. Em causa estará a falta de profissionais para assegurar a escalas.

A SIC sabe que 12 ortopedistas pediram escusa de horas extraordinárias.

São várias as polémicas que têm envolvido o Hospital de Santa Maria nos últimos meses. Na semana passada, a administração da unidade de saúde anunciou alterações que passariam pela saída do seu diretor clínico Rui Tato Marinho.

Tato Marinho é o quarto diretor demitido, no último ano e meio no hospital, desde que começou o mandato da atual administração liderada por Carlos Martins.

A SIC sabe ainda que o bastonário da Ordem dos Médicos vai reunir-se esta terça-feira com os diretores clínicos do Hospital de Santa Maria. A reunião vai decorrer na sede da Ordem dos Médicos.

Demissão é um "grito de alerta"

Em declarações à agência Lusa a propósito da demissão do diretor do serviço de Ortopedia do Santa Maria, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, lembrou que esta decisão se seguiu à apresentação de escusas de horas extraordinárias por parte de 12 ortopedistas do hospital.

"Esta demissão do doutor Paulo de Almeida, o que entendemos e que é mais do que um ato individual. É um grito de alerta sobre esta crise iminente do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que é diária", afirmou a responsável.

Joana Bordalo e Sá
Joana Bordalo e Sá LUSA/ Arquivo

Segundo a dirigente, quando 12 especialistas recusam "continuar a suportar o peso das urgências, horas extra atrás de horas extra, um diretor sente que não pode continuar a liderar nestas condições".

Joana Bordalo e Sá considerou ainda que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, "não se pode orgulhar destes números".

Com Lusa