Moçambique, sobretudo Maputo, tem sido palco de protestos e marchas convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane e que levaram a confrontos com a polícia, que tem acusado os manifestantes de colocar barricadas nas vias públicas, impedindo a circulação de pessoas e bens.
Em comunicado de imprensa enviado à Lusa, os enfermeiros pedem aos manifestantes para "facilitarem a circulação dos profissionais de enfermagem escalados para a cobertura dos serviços de assistência aos pacientes a partir de suas residências e as unidades sanitárias".
"Reconhecer que o direito aos cuidados de saúde do cidadão deve ser garantido de forma contínua, sobretudo para pacientes internados e todos em situação de urgência e emergência", acrescenta-se no documento da Ordem.
Os enfermeiros moçambicanos denunciam dificuldades para chegarem às unidades sanitárias devido às manifestações, apontando numerosos casos de profissionais que não têm cumprido os turnos, gerando sobrecarga de trabalho e comprometendo a prestação de serviços de saúde.
A Ordem pede aos manifestantes abertura das estradas para profissionais da classe, mediante exibição de crachás ou carteiras profissionais.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou para uma nova fase de contestação eleitoral por uma semana, que termina hoje, em "todos os bairros" de Moçambique, com paralisação da circulação automóvel das 08:00 às 16:00 (menos duas horas em Lisboa).
O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição para Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares.
Segundo a CNE, Venâncio Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
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