
A queda do regime sírio de Bashar al-Assad provocou uma "mudança significativa" no sistema de asilo da União Europeia (UE), com a diminuição do número de cidadãos oriundos do país a pedir proteção. A Espanha superou a Alemanha e tornou-se, agora, o principal destino no velho continente, conforme revela um relatório da Agência da UE para o, ao qual o “Financial Times” (FT) teve acesso.
Segundo o jornal britânico, Espanha é o atual país com o maior número de requerimentos de asilo, com um total de cerca de 12.800 pedidos registados em maio, uma queda de cerca de 21,5% face aos 16.300 casos verificados no mesmo mês do ano passado.
Apesar da queda, o relatório revela que houve um aumento do número de pedidos em Espanha por parte de pessoas que fogem da Venezuela.
Na Alemanha, o número total de pedidos de asilo em maio caiu para cerca de metade, totalizando 9.900 pedidos, contra os 18.700 apresentados no período homólogo.
A Itália é, atualmente, o segundo país com mais pedidos (12.300), um terço dos quais apresentados por cidadãos do Bangladesh e do Peru. Com a medalha de bronze, está França, com 11.900 pedidos. A maioria vem de cidadãos congoleses que fogem do conflito no seu país, além de afegãos e haitianos.
Durante os últimos dez anos, os sírios foram o maior grupo de requerentes de asilo na UE, a par dos cidadãos da Noruega e da Suíça. Contudo, o relatório citado pelo FT dá conta de que, no início deste ano, essa tendência “inverteu-se”. Sobre este assunto, a agência europeia sublinha que a diminuição do número de pedidos de asilo vindos deste país “não se deve provavelmente a qualquer alteração da política de asilo” por parte de governos europeus, mas “reflete provavelmente a alteração das circunstâncias na Síria”.