O Governo norte-americano anunciou segunda-feira um pacote de ajuda militar adicional à Ucrânia, no valor de 725 milhões de dólares (690 milhões de euros), que incluem mísseis e as polémicas minas antipessoais.
De acordo com uma nota de imprensa do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, os Estados Unidos vão fornecer mais um lote de armas e equipamento.
A menos de dois meses da tomada de posse do presidente eleito, o republicano Donald Trump, a administração do democrata Joe Biden destacou que pretende "garantir que a Ucrânia tem as capacidades necessárias para se defender da agressão russa".
Além de minas antipessoais, os norte-americanos vão fornecer a Washington munições para os sistemas NASAMS ou HIMARS, mísseis Stinger e munições de vários calibres, de acordo com o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin.
No mês passado, os Estados Unidos anunciaram uma primeiraentrega de minas antipessoais à Ucrânia, uma decisão criticada por organizações de defesa dos direitos humanos.
As minas antipessoais são engenhos explosivos que continuam a matar e a mutilar pessoas muito depois do fim dos conflitos.
Lloyd Austin, realçou na altura que a medida foi necessária porque as forças russas conduziam as suas operações com unidades de infantaria apeada, em vez de veículos.
Os ucranianos "precisam de coisas que possam ajudar a abrandar este esforço por parte dos russos", explicou Austin, aos jornalistas, no mês passado.
O presidente cessante procura acelerar a entrega de ajuda à Ucrânia. O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, mencionou a soma total de seis mil milhões de dólares (5,7 mil milhões de euros) a gastar antes do final de janeiro e alertou para os riscos de uma cessação do apoio dos Estados Unidos.
"Até ao final da administração [cessante], vamos tentar enviar tudo o que estiver disponível", como veículos blindados e munições para armas ligeiras, "de que a Ucrânia precisa e que os Estados Unidos têm em grandes quantidades", frisou recentemente à agência France-Presse (AFP) Mark Cancian, do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS) da capital norte-americana.
As declarações de Trump sobre a Ucrânia suscitaram receios em Kiev e na Europa sobre o futuro da ajuda dos EUA sob a sua administração.
No domingo, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que o seu país precisava de garantias de segurança da NATO e de mais armas para se defender antes de qualquer conversação com a Rússia.