
O ex-político ucraniano Andriy Portnov foi esta quarta-feira morto a tiro nas imediações do Colégio Americano em Pozuelo de Alarcón, nos arredores de Madrid, em Espanha.
O jornal espanhol La Vanguardia conta que o homem foi alvejado várias vezes na cabeça e nas costas, por dois ou três indivíduos, numa altura em que se preparava para regressar ao carro depois de deixar os dois filhos no Colégio Americano, um dos estabelecimentos de ensino mais conceituados de Espanha.
Os autores fugiram do local após os disparos e continuam a monte. O alerta foi dado às 09:15 (hora local, 08:15 em Portugal continental).
Segundo a televisão espanhola Telecinco, o homicídio ter-se-á tratado de um ajuste de contas.
Andriy Portnov, de 51 anos, foi um dos principais conselheiros do Presidente ucraniano Viktor Yanukovych, que liderou o país entre 2010 e 2014.
Durante o mandato de Yanukovych, Portnov era amplamente visto como uma figura política pró-Rússia.
Em novembro de 2013, o então Presidente ucraniano anunciou a suspensão, por pressão de Moscovo, do acordo de associação com a União Europeia - dependente da aplicação de um pacote de medidas, incluindo privatizações e reforma das leis laborais -, justificando que prejudicaria o país. A decisão desencadeou uma vaga de protestos que decorreu durante vários meses, por uma Ucrânia menos corrupta e mais europeísta, e que ficou conhecida como a “revolta de Maidan”.
Mais de 200 pessoas morreram durante a vaga de contestação, que incluiu confrontos de rua e que resultou na queda de Yanukovych.
Opositor ao Presidente Volodymyr Zelensky, Andriy Portnov foi investigado por corrupção e violação de direitos humanos, tendo sido alvo de sanções por parte da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos.
Desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, ocorreram vários crimes a envolver altas figuras da política russa e ucraniana em Espanha, país que tem uma significativa população de expatriados oriundos dos dois países.