A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta terça-feira o novo plano para reforçar a indústria de defesa e aumentar as capacidades militares da União Europeia, que inclui a mobilização de cerca de 800 mil milhões de euros, o empréstimo de 150 mil milhões, a flexibilização das regras orçamentais e a mobilização de capital privado.

Numa conferência de imprensa, em Bruxelas, a líder do executivo comunitário disse que o plano "Rearmar a Europa" ambiciona mobilizar "800 mil milhões de euros em despesa de defesa para uma Europa segura e resiliente".

O plano prevê disponibilizar 150 mil milhões de euros de financiamento para os 27 Estados-membros, que poderão reafetar fundos para a defesa e rearmamento.

Bruxelas propõe ainda a flexibilização das regras orçamentais dos 27 Estados-membros, para incentivar os investimentos na defesa, sem desencadear um procedimento por défice excessivo.

"Se os Estados-membros aumentassem as suas despesas com a defesa em 1,5% do PIB, em média, isso poderia criar uma margem orçamental de cerca de 650 mil milhões de euros durante um período de quatro anos (...) Esta medida permitirá que os Estados-Membros aumentem significativamente as suas despesas com a defesa sem desencadear o procedimento por défice excessivo."

Outro dos pontos do plano é a mobilização de capital privado, através da aceleração da União de Poupança e Investimento e do Banco Europeu de Investimento.

De acordo com a correspondente da SIC em Bruxelas, Susana Frexes, o anúncio da presidente da Comissão Europeia deixa claro que não há qualquer disponibilidade, para já, para se avançar com uma nova emissão de dívida conjunta. Portanto, não há dinheiro novo em cima da mesa. O que Ursula von der Leyen faz é pegar no dinheiro que ainda está disponível e canalizá-lo para a defesa.

Ursula von der Leyen acrescentou que "a Europa está preparada para agir com a decisão e a velocidade requerida", devendo responder a necessidades de curto e longo prazo.

O plano, que será enviado ainda esta terça-feira aos Estados-membros e debatido na quinta-feira no Conselho Europeu extraordinário, permitirá o envio de ajuda "imediata" à Ucrânia.

O anúncio de Von der Leyen surge depois de o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, informar que mandou suspender toda a ajuda militar à Ucrânia por tempo indeterminado.