
O concelho do Funchal passa a ter cobertura quase total no que respeita ao saneamento básico, na ordem dos 99%, ficando de fora apenas algumas zonas populacionais onde a orografia dificulta a implementação de um sistema adequado.
Com o acordo firmado entre a Câmara Municipal do Funchal e a empresa pública Águas e Resíduos da Madeira (ARM) fica resolvido o problema do destino final dos efluentes da zona mais ocidental da cidade e que passam pela Estação Elevatória de Águas Residuais dos Socorridos.
Na prática, cerca de 650 habitações dos sítios dos Três Paus, Viana, Preces, Lombada, Areeiro e Socorridos já têm condições para se ligarem à rede pública de saneamento básico, sendo essas águas residuais depois encaminhadas para tratamento na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Câmara de Lobos, sob gestão da ARM.
São cerca de 10.000 habitantes das freguesias de Santo António e São Martinho que vêm atendida uma reivindicação antiga. Além disso, esta Estação Elevatória permite ao Funchal uma melhor gestão dos efluentes, já que, em conjunto com as estações do Areeiro e da Praia Formosa, podem ser encaminhados (reversibilidade) para tratamento final da ETAR de Câmara de Lobos ou do Funchal.
Isso mesmo realçou Cristina Pedra, na visita hoje realizada esta terça-feira à infraestrutura nos Socorridos. “A grande mais-valia é que o município do Funchal passa a ter uma taxa de cobertura de saneamento básico de 99%. A situação anterior era de 92%. Neste momento é a quase plenitude da cobertura”, apontou a autarca, salientando que “tudo o que são áreas passíveis de rede estão feitas”.
“É um grande investimento, que tem que ver com a saúde pública”, frisou a presidente da Câmara aos jornalistas. Cabe, agora, às populações proceder à ligação à rede. Técnicos da autaqruia têm estado no terreno, em contacto com as populações, esclarecendo a respeito das mais-valias desta ligação e dos procedimentos a adoptar.
O acordo entre a autarquia funchalense e a empresa pública que gere a água e os resíduos em vários concelhos da Região foi formalizado esta terça-feira, no âmbito do assinalar da Semana do Ambiente. Os pouco mais de 671 mil euros que a Câmara do Funchal vão pagar por mês até 2009 cobrem o tratamento de até 450 m³/dia de efluentes.
Para assinalar o momento, uma comitiva da Câmara do Funchal e da ARM visitou aquela infraestrutura localizada junto à foz da Ribeira dos Socorridos. A visita técnica foi orientada por Bruno Pereira, vice-presidente da autarquia, que contou com Cristina Pedra, Nádia Coelho e Ana Bracamonte, bem como com vários elementos da referida empresa pública.
A Estação Elevatória de Águas Residuais dos Socorridos custou pouco mais de dois milhões de euros, investimento que beneficiou de apoios comunitários, através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR). Esta uma obra que fez parte de uma empreitada maior relativa à reabilitação da ETAR do Funchal (reabilitação da ETAR do Campo Almirante Reis e nova ETAR do Lazareto), orçada em mais de 12 milhões de euros, oito milhões dos quais vindos da Europa.