
Os progressos registados na Madeira em termos de redução do consumo de droga e dos comportamentos aditivos são positivos. No entanto, a capital madeirense tem revelado uma realidade distinta, não acompanhando a evolução verificada na restante Região.
"Se a nível da Região como um todo estamos muito melhores, a nível do Funchal essa melhoria não é assim tão grande. Se o Funchal estivesse como o resto da Região, estaríamos com certeza muito melhor, o que nos leva a ter que encontrar formas de actuar mais preventivas", afirmou Luís Filipe Fernandes, responsável pelo grupo de trabalho do Protocolo de Cooperação entre a Secretaria Regional de Saúde e Protecção Civil e os Governos Regionais dos Açores, Canárias e Cabo Verde, no domínio da Saúde Mental e dos Comportamentos Aditivos e Dependências, que foi assinado, esta manhã.
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Questionado pelos jornalistas, o psiquiatra disse não conseguir definir as razões concretas para que o Funchal não esteja a acompanhar a evolução positiva dos restantes concelhos da Região. "Provavelmente está relacionado com os próprios hábitos, com acessibilidade, que é algo que, para nós, as polícias e os tribunais são extremamente importantes, porque por muito que se faça em termos de prevenção de consumos, se não limitarmos a acessibilidade a dificuldade de levarmos o barco a bom porto é menor", sublinhou.
Quanto número de internamentos devido ao consumo de substâncias psicoactivas na Madeira, Luís Filipe Fernandes garante que o número estabilizou. "Tivemos aquilo pico entre 2010 e 2012, mas desde então os indicadores têm vindo a baixar e têm-se mantido nos últimos 5/6 anos. Os novos consumidores foram desaparecendo e agora temos os consumidores regulares que, pontualmente, vão mudando de substância".