"Com este projeto, a nossa visão é melhorar a mobilidade urbana na área metropolitana, sobretudo nas cidades de Maputo e Matola, onde a situação continua crítica nas horas de ponta. Tomamos esta medida para induzir os passageiros a usarem o transporte público de qualidade, previsível e seguro, descongestionando as paragens e vias de acesso, principalmente nas horas de ponta", disse o ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe.

O projeto piloto de integração modal do transporte público urbano lançado hoje, na província de Maputo, visa combinar, na área metropolitana, o transporte rodoviário com o ferroviário, disponibilizando autocarros nos bairros que possam transportar passageiros até as estações em que vão apanhar o comboio.

O ministro dos Transportes explicou que o modelo vai funcionar com base no sistema de bilhete eletrónico já usado pelos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), sendo que o passageiro vai usar o seu cartão recarregável para ter acesso aos autocarros, tanto no bairro como na estação central de Maputo, que vão funcionar para distribuir os passageiros em vários pontos da cidade.

"Aqui agregamos valor e fizemos mais integração, reduzir o número de passagens que o passageiro vinha pagando antes, fazia várias ligações e cada ligação tinha que pagar. Neste momento, com a consolidação deste modelo, mostra-se que é possível fazer a integração com uma e única tarifa", disse João Matlombe, assegurando, entretanto, que os autocarros já têm um plano de manutenção, através da empresa pública de transportes TPM-TUR, que também faz a gestão dos meios. 

"O único cartão pago é apenas o cartão para apanhar o comboio, o acesso ao autocarro ao nível do bairro é mediante o cartão que habilita apanhar o comboio até chegar ao destino. A mesma coisa acontece quando chegar ao destino final, na baixa da cidade, terá que apanhar outro autocarro, com o mesmo cartão, sem ter que pagar um valor adicionar", detalhou.

Questionado sobre as suas expectativas face ao funcionamento pleno e adesão ao sistema de bilhética eletrónica para um público mais amplo, num contexto em que outras iniciativas do género já foram testados no país, o ministro dos Transportes disse que este é o modelo mais viável para o Governo subsidiar o transporte aos grupos mais vulneráveis.

"A bilhética é o mecanismo mais fácil para o Governo poder financiar ou subsidiar os passageiros que estão protegidos, estamos a falar de estudantes, idosos e outros grupos sociais (...). A bilhética ao nível do sistema de automotoras é uma realidade, neste momento a vantagem que se traz aos passageiros é que vão poder usar os autocarros, usando o mesmo mecanismo que já existia e que está a ser implementado pelas CFM", disse.

O projeto piloto de integração modal do transporte vai ser agora experimentado ao longo da linha de Ressano Garcia, mas o Governo promete replicar nos municípios de Marracuene, Boane e Matola-Rio, todos da província de Maputo, assim como na capital moçambicana.

O executivo prevê, no futuro, aplicar uma tarifa diária única dentro do plano do transporte integrado, segundo o ministro, que apontou que o problema do transporte, sobretudo nas cidades de Maputo e Matola, "exige soluções arrojadas e imediatas".

O Governo avançou em 2024 com a possibilidade de escalonar os horários de trabalho de Maputo, atrasando em uma hora a abertura dos grandes supermercados e comércio retalhista, bem como da função publica, para retirar 55 mil passageiros da estrada.

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