
O Governo acompanha a evolução do preço dos combustíveis, mas considera que para já os impactos "são largamente potenciais", não descartando tomar medidas se existirem agravamentos "simultaneamente muito significativos e duradouros", disse hoje o ministro da Presidência.
Questionado pelos jornalistas sobre se o Governo pondera tomar medidas à luz da subida dos preços dos combustíveis, o ministro da Presidência referiu que "não houve nenhuma deliberação sobre esta matéria" no Conselho de Ministros de hoje, mas que a evolução da situação internacional foi discutida "em vários âmbitos".
António Leitão Amaro sublinhou, no entanto, que o Governo está atento e a acompanhar a evolução dos preços e assegurou que se se registarem "agravamentos que sejam simultaneamente muito significativos e duradouros, o Governo naturalmente tomará medidas para esse efeito".
O governante fez ainda referência ao "agravamento significativo" do conflito entre Israel e Irão neste fim de semana, que assumiu uma nova dimensão com os bombardeamentos pelos Estados Unidos de várias instalações nucleares iranianas, e sublinhou que "os efeitos na formação dos preços "irão sentir-se mais à frente".
Para já, "esses impactos ainda são largamente potenciais", indicou Leitão Amaro, lembrando ainda que "Portugal tem o seu fornecimento de petróleo e de gás muito assente em origens atlânticas", ou seja, em geografias que não o Médio Oriente, e com muitos contratos de longo prazo, isto apesar de reconhecer que as tensões geopolíticas têm impacto na formação de preços destas matérias-primas nos mercados internacionais.
Perante a escalada do conflito e a espada de Dâmocles do encerramento do Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do tráfego marítimo de petróleo, os preços do crude subiram cerca de 1%.
No caso do Brent, a referência na Europa, depois de ter subido esta manhã acima dos 81 dólares por barril na abertura dos mercados, estava a avançar 0,94% para 76,20 dólares.
Entretanto, a referência americana, o West Texas Intermediate (WTI), subia 0,99% para 74,55 dólares, antes da abertura dos mercados.