
Roberto Vieira afirmou hoje, no ato do lançamento oficial dos trabalhos da cartografia, que "já não há constrangimento ligado ao dinheiro".
O Banco Mundial, principal financiador do recenseamento, havia avançado com 15 milhões de dólares (13,8 milhões de euros) no âmbito do reforço do sistema estatístico da Guiné-Bissau orçado em 18, 7 milhões de dólares (17,2 milhões de euros).
O Governo guineense lançou-se num processo de angariação do valor em falta, no entanto, o Banco Mundial entregou ao INE, nos últimos dias, quatro milhões de dólares (3,7 milhões de euros), assinalou Roberto Vieira.
Neste momento, regista-se um atraso no arranque do processo, notou Vieira, devido à chegada tardia a Bissau dos equipamentos adquiridos em Portugal e na Alemanha para a cartografia e para o processo censitário.
A cartografia que deveria decorrer entre novembro e dezembro de 2024 e janeiro e fevereiro de 2025 só hoje foi lançada oficialmente e deverá decorrer agora até finais de junho.
"Só a partir daí é que o Governo vai determinar uma nova data para o recenseamento geral da população e habitação", que estava programado para iniciar no próximo mês de abril, notou o presidente do INE.
Roberto Vieira destacou ainda que com a disponibilização de fundos, cuja grande fatia é do Banco Mundial e a outra parte do Fundo de População das Nações Unidas (FNAUP), "a Guiné-Bissau tem todas as condições" para realizar o quarto recenseamento geral da população e habitação.
"Em 21 dias de atividade censitária, em todo o território nacional, vamos saber quantos somos, onde vivemos e como vivemos", declarou Vieira, apelando à colaboração de todos.
O INE contratou 300 cartógrafos para a georreferenciação de comunidades e infraestruturas a registar e, para o recenseamento em si, vai recrutar cinco mil agentes, precisou.
O primeiro recenseamento geral da população guineense realizou-se em 1979, o segundo em 1991, o terceiro em 2009 e o quarto deveria ter tido lugar em 2019.
O presidente do INE observou que, "por razões técnicas e financeiras", a Guiné-Bissau não consegue cumprir com as normas internacionais que determinam que o recenseamento geral da população deve ocorrer a cada dez anos.
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