"Os ataques que visam civis e instalações civis são proibidos pelo direito humanitário internacional. Esses ataques são inaceitáveis e devem cessar imediatamente", declarou Guterres num comunicado do seu porta-voz.
A rede energética da Ucrânia, já muito frágil, teve de enfrentar hoje um dos mais significativos ataques russos dos últimos meses, uma ofensiva que causou nove mortos e cerca de 20 feridos em todo o país, segundo as autoridades.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia, ao intensificar os seus ataques com 'drones' e mísseis, destruiu metade da capacidade energética da Ucrânia.
No Rio de Janeiro, Guterres pediu hoje aos líderes do G20, que se reúnem nos próximos dois dias no Brasil, para "darem um passo em frente" para a paz na Faixa de Gaza, no Líbano, na Ucrânia e no Sudão.
Os países do G20 exercem "uma enorme influência diplomática" e "devem usá-la para resolver grandes problemas mundiais. Em primeiro lugar, a paz", porque enquanto "as guerras continuam, as pessoas estão a pagar um preço horrível", disse Guterres em declarações aos jornalistas.
O Brasil argumenta que o G20 surgiu como um mecanismo de coordenação económica e, por essa razão, não é o fórum adequado para a prevenção e resolução de conflitos, algo que, na sua opinião, é da responsabilidade da ONU.
De facto, a presidência brasileira organizou três reuniões plenárias para a cimeira do G20 sobre a erradicação da fome no mundo, a reforma das instituições internacionais e uma última sobre a transição energética e o desenvolvimento sustentável.
No entanto, Guterres instou o G20 a "dar um passo em frente pela paz", nomeadamente na Faixa de Gaza e no Líbano, bombardeados e invadidos pelo exército israelita, bem como na Ucrânia, sob fogo russo há quase três anos, e no Sudão.
"A paz exige uma ação baseada nos valores da Carta das Nações Unidas, no Estado de direito e nos princípios da soberania, da independência política e da integridade territorial dos Estados", disse Guterres.
Apesar deste apelo, a presidência brasileira no G20, cargo que ocupa até 30 de novembro, sucedendo-se depois a África do Sul, tem insistido que o G20 não é o fórum adequado para resolução de conflitos.
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Lusa/fim