
"Hoje, podemos finalmente trabalhar com a Síria e isso dá um novo significado à nossa Conferência de Bruxelas", disse Ursula von der Leyen, falando na abertura da nona conferência internacional de apoio à Síria, que decorre hoje na capital belga e que conta pela primeira vez com autoridades sírias.
"Gostaríamos de vos ouvir falar das necessidades do vosso povo e dos vossos planos para reconstruir as instituições do Estado. Por cada novo passo que derem no sentido de uma transição política inclusiva, estamos prontos a avançar convosco, a Europa está pronta a fazer a sua parte", acrescentou.
Von der Leyen anunciou: "Hoje, a União Europeia está a aumentar o seu compromisso para com os sírios - no país e na região - para quase 2,5 mil milhões de euros para 2025 e 2026 e apelamos a todos os que estão hoje aqui presentes para que façam o mesmo porque, neste momento crítico, o povo da Síria precisa de nós mais do que nunca".
A verba final será anunciada no final do dia.
A União Europeia promove hoje a sua nona conferência internacional de apoio à Síria, que segundo Bruxelas acontece "num momento histórico" após a queda do regime sírio de al-Assad, para permitir a reconstrução do país.
O evento, que se realiza anualmente e este ano é marcado pelas mudanças no contexto geopolítico, visa reunir o apoio internacional para uma transição inclusiva na Síria, desde a assistência à recuperação socioeconómica.
Pela primeira vez, autoridades provisórias sírias foram convidadas para a ocasião, juntamente com representantes das Nações Unidas, dos Estados vizinhos da Síria e de outros parceiros regionais.
A conferência realiza-se numa altura em que a situação na Síria continua frágil, dados os recentes atos de violência contra civis e os ataques contra as forças de segurança, contexto que será também abordado.
Após quase 14 anos de guerra na Síria, grupos armados liderados pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS) - anteriormente afiliada ao grupo terrorista al-Qaida - tomaram Damasco em 08 de dezembro e depuseram o Presidente Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia.
O novo líder na Síria é Ahmed al-Charaa, que comanda o grupo HTS.
Desde 2011, a UE e os seus Estados-membros -- os principais doadores de ajuda a nível mundial -- mobilizaram cerca de 37 mil milhões de euros em ajuda humanitária, ao desenvolvimento, à economia e à estabilização da crise síria.
Estima-se que os anos de conflito na Síria tenham levado à deslocação de cerca de metade da população, tanto dentro como fora do país, e que o número de pessoas que necessitam de assistência humanitária tenha chegado aos 16,7 milhões de pessoas em 2024, um máximo histórico desde o início da crise em 2011.
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Lusa/fim