
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) confirma pelo menos uma morte por atraso no socorro durante a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM em novembro, avança o Expresso.
Em causa está o caso de um homem de 53 anos, de Pombal, que não resistiu a um enfarte agudo do miocárdio.
No documento a que o Expresso teve acesso, os inspetores da IGAS consideram que a morte “poderia ter sido evitada caso tivesse havido um socorro, num tempo mínimo e razoável”.
Acrescentam que a vítima poderia ter sobrevivido caso tivesse sido transportada “através de uma Via Verde Coronária para um dos hospitais mais próximos”.
A SIC sabe que a IGAS enviou o relatório ao INEM para decidir se abre eventual procedimento disciplinar a um funcionário, e se quer manter ou quebrar um contrato de prestação de serviços com outro funcionário. Em causa estão indícios de conduta infratora.
As conclusões também foram enviadas para a ministra da Saúde, para a família da vítima e para o Ministério Público.
Este é o primeiro caso em que a IGAS identificou uma relação de causalidade entre a morte de um doente e o atraso no socorro durante a greve do INEM.
Nos outros dois casos já avaliados, a inspeção não determinou qualquer ligação direta. Ao todo, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde abriu investigações a 12 mortes.
O inspetor-geral da Saúde disse ao Expresso que os restantes nove inquéritos devem ficar concluídos até final de julho.