O Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Macau subiu 0,57% em janeiro, em termos anuais, e aumentou 0,17% em comparação com dezembro, de acordo com dados oficiais divulgados pela Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Janeiro pôs assim fim a um período de cinco meses consecutivos de desaceleração da inflação. Em dezembro, o IPC tinha aumentado 0,23% em termos anuais e recuado 0,01% em comparação com novembro.

Dezembro foi o mês em que Macau ficou mais perto de cair em deflação (queda anual nos preços no consumidor) desde junho de 2021, quando a cidade viveu o último de 10 meses consecutivos de deflação no pico da crise económica causada pela pandemia.

A deflação reflete debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

Num comunicado, a DSEC justificou a aceleração em janeiro com uma subida de 0,88% no setor dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas.

O período do Ano Novo Lunar, o maior movimento de massas do mundo, é a principal festa tradicional das famílias chinesas e acontece em janeiro ou fevereiro, consoante o calendário lunar. Este ano, celebrou-se entre 28 de janeiro e 04 de fevereiro.

O custo das refeições adquiridas fora de casa subiu 1,7%.

Com a progressiva retoma do turismo, Macau registou um aumento de 10,1% no preço dos bilhetes de avião e um crescimento de 17,4% no custo das excursões e quartos de hotéis no exterior.

Com o aumento do número de visitantes, a região registou um acréscimo de 23,1% no preço das joias, relógios e produtos feitos de ouro.

Os gastos com hipotecas dos apartamentos subiram 0,36%, apesar de o índice dos preços da habitação ter caído 11,7% no ano passado e da Autoridade Monetária de Macau ter aprovado três descidas da taxa de juro nos últimos três meses de 2024.

A Assembleia Legislativa de Macau aprovou, em 18 de abril, o fim de vários impostos sobre a aquisição de habitações, para "aumentar a liquidez" no mercado imobiliário, defendeu na altura o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong.

Os dados oficiais mostram ainda que os serviços de saúde ficaram 1,1% mais caros e o custo dos seguros subiu 2,47%.

O IPC da China continental, de longe o maior parceiro comercial de Macau, subiu 0,5% em janeiro, pela primeira vez em agosto, devido ao forte aumento dos gastos das famílias, por altura dos feriados do Ano Novo Lunar.

Ainda assim, a segunda maior economia mundial permanece à beira da deflação há mais de um ano.

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