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O primeiro-ministro britânico Keir Starmer disse este domingo estar pronto para enviar tropas britânicas para a Ucrânia para ajudar a garantir a segurança naquele país do leste europeu.
"O Reino Unido está pronto para desempenhar um papel de liderança na aceleração do trabalho sobre garantias de segurança para a Ucrânia. Isto inclui um maior apoio às forças armadas ucranianas [...], mas também significa estar pronto para contribuir para as garantias de segurança, enviando as nossas próprias tropas para o terreno, se necessário", afirmou o líder trabalhista num artigo exclusivo no jornal The Telegraph, citado pelas agências de noticias espanhola EFE e francesa AFP.
Esta é a primeira vez que o primeiro-ministro britânico diz explicitamente que está a considerar enviar forças de paz britânicas para a Ucrânia, em declarações que surgem poucas horas antes de participar na reunião informal com os líderes europeus, que terá lugar esta segunda-feira em Paris.
No artigo assinado em nome próprio, Starmer garante não ter dito aquelas palavras de ânimo leve e, embora compreenda a responsabilidade de colocar as forças armadas britânicas em risco, acredita que ajudar a garantir a segurança na Ucrânia será também ajudar a proteger a segurança do continente europeu e do Reino Unido.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tinha afirmado que o seu papel na Cimeira de Paris seria partilhar uma "mensagem muito clara" de que a Europa tem de dar um passo em frente para satisfazer as suas exigências de segurança.
Na opinião do líder britânico, alcançar uma "paz duradoura" na Ucrânia requer uma cooperação estreita entre a Europa e os Estados Unidos e por isso propôs que o Reino Unido actue como uma ponte para que "isso aconteça".
"Só os Estados Unidos podem dissuadir Putin de atacar novamente", disse Starmer, que irá reunir-se com Donald Trump nos próximos dias e trabalhar com o G7 para chegar a um acordo 'sólido' e fazer progressos em questões como o preço do petróleo ou a perseguição dos bancos que permitem a evasão às sanções.
Sobre as negociações em curso para pôr fim ao conflito na Ucrânia, quase três anos após o seu início, elogiou a "resiliência" e os "sacrifícios em defesa da nação" do povo ucraniano e do seu presidente, Volodymyr Zelensky, e reiterou que o caminho de Kiev para a adesão à Aliança Atlântica deve ser "irreversível".
"Os dias cruciais que se avizinham irão determinar a segurança futura do nosso continente. Como direi em Paris, a paz consegue-se pela força. Mas o inverso também é verdadeiro: a fraqueza conduz à guerra", afirmou Starmer, citado pela EFE.