Kiev sofreu um "ataque maciço" com 352 drones e 16 mísseis russos na última noite, segundo as autoridades locais, com os jornalistas da agência francesa AFP a relatarem fortes detonações na capital ucraniana.

"Outro ataque maciço à capital. Possivelmente várias vagas de drones inimigos", escreveu o chefe da administração de Kiev, Timur Tkatchenko, na rede social Telegram.

Pelo menos quatro pessoas morreram no ataque e 21 ficaram feridas.

Os jornalistas da agência de notícias AFP na capital ouviram o som de drones em voo e uma série de detonações, provavelmente fogo da defesa aérea ucraniana.

Gleb Garanich

Num abrigo na cave de um edifício residencial no centro de Kiev, os jornalistas viram cerca de dez pessoas à espera que o ataque terminasse, sentadas em cadeiras ou bancos, a maioria delas a verificar os seus telemóveis para obter informações. Uma mulher e o seu filho dormiam em camas desdobráveis trazidas antecipadamente para o abrigo.

Ucrânia abateu 146 drones

Onze dos mísseis lançados pela Rússia eram balísticos Iskander-M ou a sua variante norte-coreana, o KN-23.

A defesa aérea ucraniana conseguiu abater 146 drones de ataque Shahed e neutralizar outros 193 drones com interferência eletrónica.

De todos os mísseis lançados pela Rússia, os ucranianos abateram sete mísseis balísticos e cinco mísseis de cruzeiro Iskander-M.

A Força Aérea Ucraniana registou impactos diretos em seis locais. Fragmentos dos mísseis e drones intercetados caíram em outros 25 locais na capital, Kiev, e nos arredores.

Na área de Chevchenkivski, a oeste da capital, "uma secção inteira de um edifício residencial de vários andares foi destruída", escreveu o ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko, na plataforma de mensagens Telegram.

Negociações de cessar-fogo num impasse

Todas as noites, as cidades ucranianas são alvo de ataques russos, numa altura em que as negociações de cessar-fogo estão num impasse.

Pelo menos 28 pessoas morreram e mais de 130 ficaram feridas em Kiev, na noite de 16 para 17 de junho, num ataque russo que utilizou mais de 440 drones e 32 mísseis, de acordo com as autoridades ucranianas.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Com Lusa