O Chega vai entregar um protesto, em Belém, contra a atuação do Presidente da República, após a morte de Odair Moniz, baleado pela polícia, no bairro da Cova da Moura, na Amadora. André Ventura não gostou que Marcelo Rebelo de Sousa tivesse visitado o bairro onde vivia o homem, sem ter antes feito “uma visita aos polícias envolvidos” - apesar de o Chefe de Estado ter também visitado a esquadra da polícia.
O Presidente da República visitou, esta sexta-feira, o bairro do Zambujal. Acompanhado pelo autarca da Amadora, Marcelo visitou a esquadra da PSP e conversou com moradores e familiares de Odair Moniz.
Em comunicado, o Chega classifica a ação do Presidente como “lamentável” e acusa-o de uma “lastimável parcialidade” - que compara com casos passados, como o da anterior visita do Chefe de Estado ao Bairro da Jamaica, em 2019, em que também esteve em causa uma situação de violência policial.
O Chega alega que Marcelo escolheu visitar os bairros onde começaram os tumultos “sem que tenha sido feita qualquer visita aos polícias envolvidos ou às vítimas da violência” ocorrida nesses bairros – embora, note-se, o Presidente da República tenha estado na esquadra da polícia afeta ao bairro, durante a visita em causa, e falado depois com a mãe de um motorista da Carris que ficou ferido durante os tumultos.
Por esse motivo, diz o partido, André Ventura e os deputados deslocar-se-ão até ao Palácio de Belém, na próxima quarta-feira, pelas 15h30, para entregar um protesto formal ao Chefe de Estado e que será também enviado à Assembleia da República.
Ventura adianta que “espera ser recebido pelo Presidente da República” na entrega do protesto e revela que já deu nota formal do mesmo à Casa Civil da Presidência.