A moção de censura ao Governo, apresentada pelo PCP, foi rejeitada pelo Parlamento, esta quarta-feira. Já a moção de confiança que o primeiro-ministro anunciou neste debate tem rejeição garantida. Horas depois, o Presidente da República anunciou que, em caso de queda do Governo, o país pode ir para eleições antecipadas já em maio.

Em entrevista à SIC Notícias, António Leitão Amaro diz que Luís Montenegro respondeu a todas as questões que lhe foram colocadas no Parlamento e garante que não há qualquer espaço para ilegalidades no caso que envolve a Spinumviva, empresa familiar do primeiro-ministro.

De acordo com o ministro da Presidência, a Solverde ganhou em tribunal arbitral uma indeminização do Estado de 15,5 milhões de euros mais 18 milhões em juros, como resultado de um acordo do anterior Governo socialista.

Nega, por isso, qualquer conflito de interesses por parte de Luís Montenegro, uma vez que o seu Governo permitiu que os contribuintes poupassem esses mesmos 18 milhões de euros.

Para Leitão Amaro, as eleições estão dependentes do voto do Partido Socialista (PS) e do Chega. Se tal acontecer, será a 3.ª vez que o país vai a votos no espaço de três anos.

Marcelo e Montenegro têm uma "relação resistente a especulações"

O ministro da Presidência garante que não há fricção entre o primeiro-ministro e o Presidente da República. Ambos mantém uma relação "confortável e tranquila", "resistente a notícias e especulações" de carácter "institucional" e assente na "solidariedade estratégica".

"Houve ao longo deste último ano, uma relação impecável que é resistente a notícias e especulações anteriores. Há um imenso respeito e consideração mútua", garante António Leitão Amaro.

"PS optou por desgaste do Governo"

António Leitão Amaro culpa o Partido Socialista (PS) pela instabilidade política que o país enfrenta e garante que o único objetivo dos socialistas é fazer cair o Governo.

"O Partido Socialista (PS) à falta de projeto político optou por isto: instabilidade longa, permanente e desgaste do Governo", frisa.

Acrescenta que a moção de confiança apresentada pelo Governo servirá para "parar a estratégia do PS" assente na "instabilidade e degradação permanente e lenta".