
As negociações em Londres para alcançar um cessar-fogo na Ucrânia vão ser conduzidas por assessores do Reino Unido, Estados Unidos e países europeus depois de o Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ter cancelado a presença.
O plano inicial para que o encontro envolvesse os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, EUA, Ucrânia, França e Alemanha, foi abandonado à última hora, depois de o Departamento de Estado dos EUA ter dito que Rubio, que participou nas negociações de Paris, não podia comparecer devido a um problema de agenda.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, publicou na rede social X que as negociações iriam agora ter lugar entre "funcionários", entre os quais o tenente-general aposentado Keith Kellogg, enviado do presidente Donald Trump para a Ucrânia e a Rússia.
Lammy referiu ainda ter ter tido uma "conversa produtiva" com Rubio e sublinhou que o seu país está a trabalhar com os EUA, a Ucrânia e a Europa para pôr fim à guerra.
De acordo com os EUA, a delegação norte-americana, espera "realizar reuniões técnicas substanciais e produtivas com os seus homólogos ucranianos e britânicos" e indicou que Rubiu iria reagendar a sua viagem ao Reino Unido nos próximos meses.
França deverá ser representada por Emmanuel Bonne, conselheiro diplomático do Presidente Emmanuel Macron, enquanto que, do lado ucraniano, chegaram a Londres o chefe de gabinete presidencial Andriï Iermak, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andriï Sybiga, e o ministro da Defesa, Roustem Oumerov.
"Apesar de tudo, vamos trabalhar pela paz. Vamos encontrar-nos com os nossos homólogos americanos e europeus que se encontram hoje na capital britânica. O caminho para a paz não é fácil, mas a Ucrânia tem estado e continua empenhada nos esforços de paz", afirmou Iermak, citado pela agência France Presse.
Fonte de Kiev disse à AFP que a delegação ucraniana vai reunir-se com Keith Kellogg e com representantes dos outros países europeus.
O encontro de hoje em Londres coincide com a publicação de várias notícias de que os EUA vão pressionar a Ucrânia para ceder território à Rússia como parte de um potencial acordo de paz.
Segundo o Financial Times, o Presidente russo, Vladimir Putin, propôs ao enviado dos EUA, Steve Witkoff, no início de abril, suspender a invasão e congelar a atual linha da frente em troca das suas principais exigências, como o reconhecimento da soberania da Rússia sobre a península da Crimeia, anexada em 2014, e a não adesão da Ucrânia à NATO.
"Muitas notícias falsas estão a ser publicadas neste momento", reagiu o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela agência de notícias Ria Novosti.
Entretanto, o enviado dos EUA, Steve Witkoff, está a planear uma viagem a Moscovo esta semana, de acordo com a Casa Branca e o Kremlin, sem especificar uma data.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, opôs-se à ideia de ceder território, afirmando: "Não há nada para falar - é a nossa terra, a terra do povo ucraniano".
Com Lusa