No Encontro Fora da Caixa, que decorreu no Savoy Palace sob o tema ‘Madeira: Perspectivas do Próximo Ciclo Político e Económico’, a administradora e CFO do Grupo Sousa, Carolina Catanho, abordou os principais desafios e oportunidades do sector marítimo, sublinhando o impacto económico e ambiental na região.

Carolina Catanho referiu que a Madeira, enquanto região ultraperiférica, enfrenta custos acrescidos devido às obrigações ambientais impostas pela União Europeia no sector marítimo, nomeadamente o pagamento de certificados de emissão de carbono, que aumentam a pressão sobre a competitividade das empresas locais. A operação da empresa envolve sete navios próprios e uma equipa de 1.100 pessoas distribuídas entre vários mercados, incluindo Portugal, Espanha e Cabo Verde.

A administradora destacou que os mercados onde actuam são altamente dependentes do turismo e muito expostos às flutuações económicas internacionais, tornando a actividade especialmente vulnerável ao aumento dos preços do combustível e à inflação, que têm efeitos directos e indirectos na economia regional.

“Madeira enfrenta desafios e oportunidades no novo ciclo económico”
“Madeira enfrenta desafios e oportunidades no novo ciclo económico” dnoticias.pt

Relativamente à questão ambiental, Carolina Catanho reconheceu a percepção pública negativa que existe em torno dos cruzeiros, nomeadamente em Lisboa, mas garantiu que o impacto ambiental destes navios é “absolutamente residual” e que a introdução de novas tecnologias, como a descarbonização dos motores durante a estadia nos portos, vai reduzir significativamente essa pegada.

No que toca à pressão turística, referiu o crescimento expressivo do número de passageiros de cruzeiros na capital portuguesa, assinalando que, apesar de muitos turistas apenas passarem o dia, o impacto económico é significativo: cada passageiro gera em média 159 euros de gastos directos, contribuindo para um efeito global de cerca de 2 mil milhões de euros e mais de 20 mil postos de trabalho.

Por fim, Carolina Catanho defendeu que é essencial gerir de forma equilibrada e informada o crescimento do sector, assegurando a sustentabilidade ambiental e social sem comprometer a competitividade e o desenvolvimento económico da Madeira e da região.