
O projecto de resolução do Chega que está hoje em discussão no parlamento madeirense e que recomenda ao Governo Regional da Madeira a implementação de medidas de desburocratização no sistema de ensino, com vista à eficiência administrativa e à valorização da função docente” não teve grande acolhimento por parte das outras forças políticas. Parece mesmo condenado ao 'chumbo'.
Valter Correia (PSD) afirmou que o modelo do Chega "é um bocado Estado Novo" e que a simplificação pretendida no projecto de resolução "é um logro" pois inviabiliza a educação inclusiva que está prevista na lei e que exige adaptações e programas educativos individuais ajustados às necessidades de cada aluno. O porta-voz social-democrata reconheceu que os docentes têm muita carga burocrática e desgaste, mas lembrou que a situação é pior no continente, uma vez que na Madeira existe redução horária efectiva,
Também Isabel Garcês (PS) identificou a "visão do Estado Novo" na linha de ideias do Chega, referindo que o seu partido subscreve a ideia contida no projecto de resolução mas não subscreve a proposta em si, pois baseia-se num conceito de escola distinto daquele que defende o PS, que é baseado no humanismo. Segundo a deputada socialista, a proposta do Chega apresenta uma visão redutora, apenas assente na autoridade do professor e na obediência dos alunos e que não tem em conta a realidade económica e social destes últimos.
Miguel Ganança (JPP) criticou igualmente o projecto de resolução, porque tem lacunas estruturais, "quer resolver a burocracia com mais burocracia" e "aumenta a pressão sobre as crianças".
Gonçalo Maia Camelo (Iniciativa Liberal) disse que o seu partido concorda com tudo o que diminua a burocracia e digitalização da administração pública e reconheceu que os professores estão sobrecarregados de tarefas administrativas, muitas delas redundantes. Mas apontou como negativo o facto da proposta falar por três vezes em autoridade e considerou "arrojado" estabelecer prazos e metas para algumas medidas.