Num comunicado, o grupo de galardoados com a distinção atribuída a figuras que se destacaram pelas suas ações em prol da liberdade, exige ao Presidente que "assuma uma posição inequívoca de condenação da política do Estado de Israel em relação à Palestina e de apoio ao reconhecimento imediato por Portugal do Estado da Palestina".

Na nota enviada à agência Lusa com o título "NÃO PODEMOS FICAR CALADOS", assinada por figuras como o militar de Abril Vasco Lourenço, presidente da direção da Associação 25 de Abril, e pelo antigo jornalista, José Rebelo, o grupo condena "as operações militares e policiais desencadeadas em Gaza e na Cisjordânia pelas autoridades israelitas, provocando a destruição generalizada do território, milhares de mortos, de feridos e de presos políticos".

Entre os 64 signatários também se encontram os historiadores, Fernando Rosas e José Pacheco Pereira, a jornalista Diana Andringa, a médica, Isabel do Carmo, o antigo ministro da Cultura José António Pinto Ribeiro, o diretor do Jornal de Letras, José Carlos Vasconcelos, o investigador e militar de Abril Pedro Pezarat Correia, que comandou a antiga Região Militar do Sul, e os ex-ministros da Justiça Alberto Martins e Vera Jardim.

"O genocídio do Povo Palestiniano, a que diariamente estamos a assistir, perante a indiferença ou mesmo a cumplicidade de muitos governos de países que se dizem defensores dos Direitos Humanos, obriga-nos a vir reafirmar publicamente os valores por que lutámos e que continuamos a defender, em termos de absoluto repúdio pelas ações criminosas que têm estado a ser levadas a cabo pelo Estado de Israel e os seus dirigentes", acrescenta o comunicado.

O investigador Alfredo Caldeira, a professora Ana Prata, da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, os militares de Abril António Rosado da Luz, Aprígio Ramalho, Carlos Albino, José Duarte Mendes e José Manuel da Costa Neves, a investigadora Maria Clara de Barros Queiroz, professora da Universidade de Lisboa, o coronel do Exército, Manuel Pedroso Marques, antigo presidente da agência Lusa, participou numa ação militar e civil contra a ditadura em 1961, são outros signatários.

O grupo vinca que, enquanto recebedores da distinção que enaltece "serviços relevantes prestados à causa da democracia e da liberdade" e também definidos como "serviços relevantes prestados em defesa dos valores da Civilização, em prol da dignificação da Pessoa Humana e à causa da Liberdade", sentem que esta distinção "fortalece o ânimo" e "aumenta responsabilidades" de instar uma posição por parte do Presidente da República.

Entre os signatários encontram-se também Maria João Gerardo, Mário Cabrita, Mário Simões Teles, Mário Tomé, Nuno Santos Silva, Orlando Carvalho Abreu, Pedro Lauret, Ramiro Soares Rodrigues, Rodrigo Pizarro, Sara Amâncio e Agostinho Vidal de Pinho.

 

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