
O líder da concelhia de Oeiras do PAN, Pedro Fidalgo Marques, demitiu-se da Comissão Política Permanente do partido, na terceira saída dos órgãos dirigentes desde as eleições de domingo.
"Os coletivos só funcionam enquanto o coletivo funcionar, e quando o coletivo deixa de funcionar, é necessário nós sabermos, também, afastarmo-nos, é preciso nós sabermos reconhecer isso", disse à Lusa, por telefone, o dirigente do Pessoas-Animais-Natureza, que foi cabeça de lista nas últimas eleições para o Parlamento Europeu.
Pedro Fidalgo Marques garantiu que, apesar de se afastar da Comissão Política Permanente, vai continuar filiado ao PAN, mantendo a relação que tem desde 2021.
O antigo cabeça de lista do PAN às eleições europeias garantiu que a sua demissão "não é um ataque a ninguém" e que o único objetivo é "provocar uma reflexão no PAN".
Não obstante a demissão da Comissão Política Permanente, Pedro Fidalgo Marques vai continuar, também na Comissão Política Nacional, onde espera que a sua voz "possa fazer a diferença".
O também antigo candidato do PAN à presidência da Câmara Municipal de Oeiras pelo PAN garantiu que a sua saída do organismo partidário não está relacionada com a saídas de Anabela Castro e Nuno Pires de cargos internos ou com os resultados das eleições de domingo.
"O importante é o PAN ser eleito e ter voz. Não tendo sido a vitória que nós gostaríamos, o PAN continua vivo, e irá continuar vivo enquanto tiver filiados que continuam a lutar pelo PAN", assinalou.
Inês de Sousa Real tem "consciência mais do que tranquila"
Na sexta-feira, a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, afirmou que tem liderado o partido com abertura, garantindo ter a "consciência mais do que tranquila" e recusando-se a alimentar o que considera serem narrativas "falsas e infundadas" sobre a sua direção.
Em declarações aos jornalistas após uma audiência com o Presidente da República no Palácio de Belém, que durou cerca de 45 minutos, Inês de Sousa Real comentou as notícias das demissões na sua direção em desacordo com a atual direção, assegurando que a sua liderança "tem sido marcada sempre pela abertura, pelo diálogo e pela participação".
"Tenho a minha consciência mais do que tranquila enquanto líder e acho que os portugueses também já conhecem a minha maneira de ser e de estar e portanto não alimento esse tipo de narrativas que são completamente falsas e infundadas", afirmou, depois de se questionada sobre se não receia que a sua liderança esteja fragilizada.
No dia das legislativas, dois membros da comissão política nacional do PAN, Anabela Castro e Nuno Pires, eleitos pela lista da atual líder, Inês de Sousa Real, demitiram-se desse órgão, acusando a direção de desrespeito pela democracia interna, centralização do poder e silenciamento dos críticos.