Um doente com um traumatismo craniano terá esperado mais de cinco horas a ser transferido da Covilhã para Coimbra. O INEM justifica que o transporte por via aérea foi uma "decisão médica conjunta". Já o Ministério da Defesa desmente que o transporte tenha demorado cinco horas, pelo contrário, refere que foram cerca de duas, entre descolar do Montijo, 'apanhar' o doente em Castelo Branco e entregá-lo no aeródromo de Coimbra.

O homem de 49 anos teve um acidente de trotinete na vila de Paul, na Covilhã. Com um traumatismo craniano, teve de ser transferido para o serviço de neurocirurgia no Hospital de Coimbra.

Ministério da Defesa fala em cerca de 2 horas

O Ministério da Defesa diz que é "falsa" a informação de que um doente de 49 anos com um traumatismo craniano tenha sido "transportado por um helicóptero da Força Aérea (FAP) que demorou mais de 5 horas a transferir o paciente" do Hospital da Covilhã para Coimbra.

Nesse sentido, o Ministério de Nuno Melo esclarece que passaram 2 horas e 15 minutos desde "que foi confirmado que o CODU iria avançar com a missão para embarque de um doente no aeródromo de Castelo Branco" até que o helicóptero EH-101 entregou o doente no aeródromo de Coimbra. E refere, numa nota enviada às redações, que ainda esperou pelo doente em Castelo Branco. Ou seja, explica:

O aparelho descolou do Montijo às 22:05 e aterrou em Castelo Branco às 23:20, uma hora e 15 minutos depois;

Desligou motores porque "esteve ainda à espera do doente";

Descolou de Castelo Branco às 23:40 e aterrou em Coimbra às 00:20, hora a que entregou o doente;

Decisão "conjunta" com cuidados "diferenciados", diz INEM

Num comunicado, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) diz que a decisão de transporte do doente por via aérea foi "conjunta", isto é, foi tomada por uma médica da ULS, um médico do INEM e uma médica da FAP, com base nos "critérios clínicos do utente, os meios e recursos disponíveis e melhor habilitados a dar resposta naquele momento".

O doente teve acesso a cuidados de saúde "altamente diferenciados" desde a ativação da emergência médica hospitalar até à admissão no Hospital de Coimbra, garante.

Seria diferente se serviço de helicópteros de emergência médica estivesse operacional

O acidente de trotinete aconteceu ainda durante a tarde de domingo.

Desde a decisão de transferir o doente da Covilhã até à entrada na urgência de Coimbra passaram algumas horas.O doente passou por seis equipas médicas diferentes.

Se o serviço de helicópteros de emergência médica estivesse operacional, como exige o contrato assinado entre a Gulf Med e o Estado português desde 1 de julho, tudo seria diferente. O helicóptero do INEM a ativar seria o de Viseu. Faria o transporte diretamente para Coimbra a partir do hospital da Covilhã ou até mesmo do local do acidente, uma vez que sendo ligeiro aterra com maior facilidade.

Tudo em praticamente 1h30. No máximo, ia conhecer três equipas médicas.

O doente de 49 anos foi admitido nos cuidados intensivos do Hospital de Coimbra pelas 08:00 desta segunda-feira. Está internado em estado grave.