
Wang afirmou na segunda-feira, durante uma reunião entre os chefes da diplomacia dos países membros do bloco de economias emergentes BRICS, que "os Estados Unidos beneficiaram muito com o comércio livre durante muito tempo, mas agora estão a usar as tarifas como moeda de troca para exigir preços exorbitantes a outros países", segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
O diplomata sublinhou a "urgência de defender as regras do comércio multilateral", explicando que "a essência do comércio é o benefício mútuo" para as duas partes.
Wang defendeu que o comércio "não deve ser uma ferramenta para ganhos individuais" e lamentou que os EUA "persigam o unilateralismo, coloquem os seus próprios interesses em primeiro lugar e os coloquem acima dos interesses públicos internacionais".
"Os países BRICS devem opor-se conjuntamente a todas as formas de protecionismo, proteger firmemente o sistema de comércio multilateral baseado em regras, com a Organização Mundial do Comércio no seu núcleo, defender os seus valores fundamentais e princípios básicos e promover a facilitação do comércio", acrescentou o ministro chinês.
Desde o início deste mês que a China e os Estados Unidos mantêm tarifas superiores a 100% sobre os produtos um do outro. Embora as autoridades norte-americanas tenham afirmado que estão em curso negociações com os seus homólogos chineses para chegar a um acordo comercial, Pequim negou-o repetidamente, assegurando que "não tem medo" de uma guerra comercial.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos BRICS debatem, no Rio de Janeiro, o papel do Sul Global na promoção do multilateralismo, face às políticas do líder norte-americano, Donald Trump.
As discussões servirão para redigir uma declaração que, em princípio, será apresentada ainda na segunda-feira e aprovada na cimeira de chefes de Estado dos BRICS, um fórum de dez países emergentes, que também se realizará no Rio de Janeiro, nos dias 06 e 07 de julho.
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