
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, fez duras críticas aos Estados Unidos, considerando o recente ataque às instalações nucleares iranianas uma "agressão militar brutal" e uma "violação imperdoável do direito internacional".
A falar em Istambul, onde participa numa reunião da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), o ministro afirmou que "não há espaço para a diplomacia neste momento". Embora reconheça que "a porta para a diplomacia deve estar sempre aberta", sublinhou que a situação atual não o permite, dado que "o meu país foi atacado, sob agressão, e temos de responder em conformidade com o nosso direito legítimo à autodefesa".
"Estávamos no meio da diplomacia. Estávamos a meio de conversações com os Estados Unidos quando os israelitas fizeram explodir tudo", disse, “e mais uma vez estávamos no meio de conversações e negociações com os europeus, que decorreram há apenas dois dias em Genebra, quando, desta vez, os americanos decidiram fazer explodir o local.”
"Portanto, não foi o Irão, mas os EUA que traíram a diplomacia. Traíram as negociações", afirmou. "Penso que provaram que não são homens de diplomacia, mas sim de força e ameaça. E isso é muito lamentável."
Questionado sobre se o Irão tencionava retaliar contra as bases militares americanas no Médio Oriente ou fechar o Estreito de Ormuz, Araghchi recusou-se a entrar em pormenores, limitando-se a dizer: "Temos várias opções à nossa disposição. E é só isso". Na conferência de imprensa, Araghchi adiantou que se deslocaria em breve a Moscovo, onde planeia reunir-se com o Presidente Vladimir V. Putin da Rússia amanhã. “A Rússia é um amigo do Irão, temos uma parceria estratégica e consultamo-nos sempre, coordenando as nossas posições”, afirmou.
O ministro iraniano descreveu o ataque dos EUA como uma "violação ultrajante, grave e sem precedentes dos princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas e do direito internacional". O ministro iraniano responsabilizou a administração dos EUA, que considerou "belicista e sem lei", pelas "perigosas consequências e implicações de longo alcance do seu ato de agressão".
Segundo o ministro iraniano, o ataque militar dos EUA à "integridade territorial e soberania nacional de um Estado-membro da ONU", realizado "em colisão com o regime genocida israelita", revelou "mais uma vez a extensão da hostilidade dos Estados Unidos para com o povo iraniano que busca a paz".