"Estamos com um défice de 9.000 milhões de meticais. Para poder colmatar este défice, iremos contar com apoio, com a mobilização de vários recursos junto aos parceiros, junto à comunidade em geral", disse à comunicação social Luísa Meque, presidente do INGD.
Sem avançar a previsão dos impactos da época chuvosa 2024-2025, a responsável disse que Moçambique precisa de um total de 11 mil milhões de meticais (164 milhões de euros) para fazer face às intempéries.
O montante deverá servir para assistência a vários setores afetados pelo mau tempo, entre os quais estão o setor da saúde, agricultura e obras públicas, que, segundo Luísa Meque, são os que "têm sofrido bastante" durante a época chuvosa e ciclónica, que decorre entre outubro e abril.
"Quando se fala de mobilização de recursos, não estamos só a fazer menção de recursos financeiros, também contemplamos (...) a mobilização de recursos por espécie, neste caso são produtos alimentares e não alimentares (...). Todo o apoio que possa ser necessário para fazer face a época chuvosa é refletido naquilo que é a proposta ou a previsão em termos de orçamento a ser usado", referiu a presidente do INGD.
A última época de chuvas em Moçambique, 2023-2024, afetou cerca de 240 mil pessoas, destruindo totalmente mais de 1.800 casas, segundo dados apresentados em junho pelo Governo.
Entre 2019 e 2023, eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo um relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) a que a Lusa teve acesso.
No relatório de Indicadores Básicos do Ambiente de 2023, o INE detalha todos os eventos extremos desde 2019, e respetivas consequências, acrescentando que estes provocaram, ainda, no mesmo período de quatro anos, 2.936 feridos.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetado pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
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