O primeiro-ministro, Luís Montenegro, regressa esta quarta-feira ao Parlamento para o primeiro debate quinzenal de 2025, ano para o qual já defendeu que a palavra-chave deve ser investimento.
O debate quinzenal acontece um dia antes de um Conselho de Ministros que deverá aprovar cerca de 30 medidas na área da simplificação fiscal e quando o tema da segurança continua no centro da agenda mediática.
Montenegro tem uma intervenção inicial com tempo máximo de cerca de dez minutos, seguindo-se a fase de perguntas e respostas de PS, Chega, IL, BE, PCP, Livre, PAN, CDS-PP e PSD, por esta ordem.
Num artigo publicado no Jornal de Notícias a 01 de janeiro, intitulado "Portugal em movimento", Luís Montenegro defendeu que 2025 deve ser pautado por maior investimento.
"As palavras-chave são investimento, investimento, investimento. Concretizar o investimento público. Estimular o investimento interno, privado e empresarial. Atrair o investimento externo que procura previsibilidade e segurança", salientou.
Na quinta-feira, o Conselho de Ministros deverá aprovar - segundo anunciou no domingo o comentador da SIC e ex-líder do PSD Marques Mendes - um programa de cerca de 30 medidas com três objetivos essenciais em matéria de simplificação fiscal: reduzir custos de contexto, aumentar a digitalização e melhorar a comunicação com os contribuintes.
O último debate quinzenal realizou-se em 11 de dezembro - o próximo já está fixado para 05 de fevereiro - e acabou por ficar marcado pelo tema do acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) por cidadãos estrangeiros, com PSD e CDS-PP a anunciarem nesse dia uma iniciativa entretanto já aprovada na generalidade.
Tema da segurança tem sido destaque
O tema da segurança tem continuado na ordem do dia após a operação policial de dia 19 de dezembro na rua do Benformoso, perto do Martim Moniz, em Lisboa, e das imagens de dezenas de imigrantes encostados às paredes dos prédios para serem revistados.
No sábado, dirigentes do PS, BE, PCP, PAN e Livre juntaram-se à manifestação "Não nos encostem à parede", que juntou milhares de pessoas num percurso entre a Alameda e o Martim Moniz, e o Chega convocou para a mesma tarde uma vigília denominada "Pela autoridade e contra a impunidade", que reuniu algumas centenas na Praça da Figueira.
"Num dia onde os extremos erguem cada um a sua bandeira em contraponto, em conflito aberto para o outro, o da direita para a esquerda e o da esquerda para a direita, nós somos o elemento aglutinador, de confluência, de moderação", afirmou Luís Montenegro, que participava nesse dia numa iniciativa partidária em Ovar (Aveiro).
O primeiro debate quinzenal de 2025 acontece um dia depois de ter sido empossado o novo secretário-geral do Governo, Carlos Costa Neves, o segundo nome indicado pelo executivo para o cargo, depois de o ex-administrador do Banco de Portugal Hélder Rosalino ter desistido na sequência de uma polémica pública sobre o seu vencimento, que seria na ordem dos 15.000 euros.