
Gervasio Deferr, ex-ginasta campeão olímpico em Sydney 2000 e Atenas 2004, veio a público defender-se das acusações de abuso sexual de que é alvo há sete meses. O espanhol de 44 anos garante estar inocente e revela que agiu judicialmente contra a alegada vítima.
Há sete meses, o ginasta, que chegou em tempos ao topo da modalidade, experienciou, segundo o próprio, a famigerada “cultura de cancelamento”, quando surgiram na esfera mediática acusações de que terá abusado sexualmente e maltratado uma mulher, num Centro de Alto Rendimento, quando esta era menor de idade.
Agora, o antigo desportista decidiu defender-se publicamente das acusações e, em entrevista ao programa ‘Código 10’, do canal espanhol Cuatro, garante que tudo não passa de um ultraje e que já avançou na Justiça.
“Iniciei ações legais contra quem está a difamar-me e vamos ver qual é o próximo passo que nos deixam dar. Mas isto não podia ficar assim, ou seja, quem cala consente. Não posso ficar calado e dizer: ‘Está bem, sim, acusa-me de ser violador e eu digo que está bem’. Não, lamento muito, mas não sou violador e ponto final.”
De acordo com o mesmo meio de comunicação social, o advogado de Gervasio Deferr revela que há ainda outras duas alegadas vítimas, que acusam o espanhol de atos semelhantes. Os alegados crimes já prescreveram e as supostas vítimas nunca apresentaram queixa.
Na mesma entrevista, o antigo ginasta assume que não aceita ser difamado, apesar de reconhecer que já cometeu erros:
“Podes dizer que não ten ho muito caráter , que fui alcoól ico ou que me envolvi em tudo ou o que quise res, eu aceit o . Que fui um tipo infiel, até, tudo bem, sim, fui, fui mesmo. Mas uma coisa é muito diferente da outra ”, defende-se .
Ex-atleta diz estar a ser vítima da cultura de cancelamento
O ex-desportista diz estar a sofrer na pele as consequências das acusações que recaem sobre si:
“A série que tínhamos feito foi cancelada, não podíamos avançar, mas não havia nenhuma denúncia, não havia ninguém a quem perguntar porque é que estava a fazer isso, porque tudo é anónimo. Então, claro, deixaram-me sem possibilidade de responder a acusações tão graves. Estou tranquilo e sei que não fiz nada, mas o que não pode ser é atirar a pedra e esconder a mão ”, lamenta.
Para além de todas as consequências profissionais, Gervasio Deferr explica que o seu núcleo familiar também está a ser afetado pela polémica. A família teme mesmo que este caso faça ressurgir os problemas de adição contra os quais o ex-atleta lutou durante tanto tempo:
“O mal que me podem fazer não me incomoda muito, import o-me mais com a dor que a minha mãe sofreu ou com os danos que estão a causar na minha casa por causa de tudo isto, além do mais, eles não entendem nada . ”
O jornal do país vizinho La Vanguardia esclarece que o tempo médio de resolução para casos como este é de um ano, período em que a ocorrência permanece em aberto tanto a nível judicial quanto mediático.