O Jornal de Letras (JL) chega, amanhã, às bancas, com uma semana de atraso, mas tem futuro incerto, já que os três jornalistas suspenderam os contratos de trabalho, de acordo com o delegado sindical do título.

Os trabalhadores da Trust in News (TiN) estão em greve desde 20 de junho devido a salários em atraso.

Os jornalistas do JL aderiram à greve e depois suspenderam o contrato de trabalho, mas decidiram fazer o próximo número, que pode ser o último. O título estará nas bancas na quarta-feira, com um atraso de uma semana (projeto é quinzenal).

"Não se sabe" se é o último, disse à Lusa o jornalista Manuel Halpern, que é também delegado sindical e que está no JL há quase três décadas.

A continuação do título está dependente da situação do futuro da TiN, cujo plano de insolvência ainda não foi homologado pela juíza.

De acordo com outra fonte contactada pela Lusa, a juíza deverá publicar o despacho sobre a homologação ou não na terça-feira.

Manuel Halpern recordou que o acionista único, Luís Delgado, prometeu fazer uma injeção de capital, mas que até ao momento tal não aconteceu.

"A minha postura é que a única solução do JL seria fora desta empresa", salientou o delegado sindical.

Os trabalhadores da TiN têm a receber os últimos 25% do salário de maio, bem como o subsídio de refeição, a que acresce o salário e subsídio de refeição de junho e subsídios de férias.

Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e plataformas digitais.