
Havia 1,6 milhões de imigrantes em Portugal, no final do último ano, de acordo com as previsões da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). O número é avançado num relatório intercalar sobre a recuperação de processos pendentes e a população estrangeira em Portugal, divulgado esta terça-feira.
O organismo que veio substituir o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) aponta que, no final de 2024, Portugal registava 1.546.521 imigrantes. No entanto, avisa que o número deve ser corrigido em alta, para cerca de mais 50 mil, quando forem concluídos os processos de regularização ainda por tratar.
“Estima-se que, com esta revisão, o número de estrangeiros em Portugal em 2024 seja de cerca de 1.600.000”, indica o relatório-
Os efeitos do fim da manifestação de interesse
A AIMA esclarece que estes mais 50 mil cidadãos estrangeiros “já se encontravam em território nacional antes de 3 de junho de 2024” - quando terminou o regime da manifestação de interesse.
A partir dessa data, afirma, “verificou-se uma redução de 59% do fluxo de entradas de cidadãos estrangeiros em Portugal” com vista à obtenção de autorização de residência. O número de pedidos diminuiu de 156.951 no 1.º semestre de 2024 para 64.848 no 2.º semestre.
O número de imigrantes em Portugal é, segundo estes dados, quase quatro vezes maior do que há sete anos.
Havia mais imigrantes do que se pensava já em 2023
A Estrutura de Missão para a Recuperação de Processos Pendentes na AIMA vem ainda corrigir os dados sobre o número de cidadãos estrangeiros que estavam anteriormente em Portugal. Alega que, em 2023, havia quase mais 250 mil imigrantes em território português do que aquilo de que havia registo.
Depois de vistos os processos que estavam pendentes, assegura que eram 1.293.463 imigrantes – e não 1.044.606, como aponta o Relatório de Migrações e Asilo relativo a esse ano.
Governo fala em "descontrolo"e acusa PS de irresponsabilidade
O ministro da Presidência afirma que o relatório intercalar da AIMA mostra que a imigração estava descontrolada. António Leitão Amarou aproveitou ainda para acusar o PS de irresponsabilidade quanto a esta matéria.
“Esta foi, que não haja dúvidas, a maior alteração demográfica que assistimos na nossa democracia e provavelmente nas nossas vidas. Com franqueza, ela foi também uma irresponsabilidade que gerou uma grande desumanidade”, declarou Leitão Amaro, esta terça-feira.
“A imigração estava mesmo descontrolada, mas isso mudou. A imigração agora é regulada”, defendeu o ministro, frisando que as medidas tomadas pelo atual governo “produziram efeitos” na queda do fluxo de entradas.
Notícia atualizada às 19h40