
O director regional de Desporto, David Gomes, fechou ontem os trabalhos do Colóquio ‘O Olimpismo em Portugal’, com uma intervenção onde abordou de uma forma muito particular a realidade desportiva da Região, num ‘confronto’ de ideias onde lançou vários reptos perspectivando o projeto Olímpico de Portugal, quer do ponto de vista dos apoios financeiros, mas também da orientação do projeto do Comité Olímpico de Portugal (COP).
“O projeto Olímpico é um projeto de Portugal, não é um projeto da Madeira, não é um projeto da modalidade A ou B, é um projeto estruturante de Portugal. É um projeto edificante, superiormente direcionado, orientado e projetado e quem tem essa incumbência, é o COP”, disse, facto que, continuou, “não nos retira responsabilidades, somos uma ilha, um espaço insular e temos que realizar o nosso trabalho, obviamente, com os responsáveis das diversas modalidades desportivas olímpicas, que são os nossos parceiros institucionais que superiormente orientam e decidem os destinos e os projetos de desenvolvimento desportivo de cada modalidade”.
Na ocasião, David Gomes fez uma breve resenha histórica dos apoios financeiros, neste modelo de financiamento e falou sobre os tempos difíceis de adaptação a esta nova realidade, aos novos conceitos, novos preceitos e obviamente que determinaram um esforço de todos os dirigentes, de todos os técnicos e obviamente também dos atletas.
“Todavia, é bom situar que ao longo destes últimos 10 anos, temos vindo a melhorar substancialmente os apoios financeiros ao desporto, sendo que o Governo Regional continua a prosseguir a sua politica desportiva em três grandes vetores, três grandes pilares, utilização gratuita de Infraestruturas desportivas, construção e requalificação das mesmas, apoio financeiro às entidades desportivas para o desenvolvimento dos seus projetos desportivos e destacamento de docentes ao associativismo desportivo”.
Em paralelo, David Gomes destacou ainda os apoios aos atletas que mais se destacam à elite, que, ano a ano, ciclo a ciclo, felizmente vão despontando bons valores desportivos que muito nos orgulham. E esses atletas continuarão a merecer uma atenção especial.
“A meu ver, temos aqui um quadro bem mais favorável do que tínhamos há alguns anos e vamos continuar este percurso de crescimento, caminhando, construindo pontes, construindo espaços de concertação de interesses, contribuindo para a melhoria da representatividade olímpica de Portugal”, acrescentou.
Na sua intervenção, disse estar também consciente que não há modelos perfeitos, mas há planos de solução, e “o PRAD com todas as suas imperfeições, tem sido a base do crescimento sustentado de resultados desportivos, do aumento de oferta desportiva à população e até da demografia federada, numa era de crise de juventude, ou seja, temos menos jovens na sociedade, mas, orgulhosamente, temos mais de 26.000 atletas federados, maioritariamente constituído por crianças e jovens em formação”.
Por fim, num quadro agora mais estável de governação, o director regional de Desporto considerou que é preciso refletir sobre o Regulamento de Apoio ao Desporto e o PRAD. “Havemos de refletir mais vezes sobre esta temática, no sentido de fazer crescer o desporto na Região Autónoma da Madeira, para dar espaço de afirmação aos nossos jovens, de crescerem, poderem sonhar com os pés assentes na terra e com condições para o efeito, esse é o nosso desidrato, é a nossa responsabilidade.”