As operações militares de Israel contra o Hezbollah "vão continuar", disse, esta quinta-feira, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, enquanto o líder do movimento xiita libanês prometeu uma resposta "terrível" após uma série de explosões mortais no Líbano.
"O Hezbollah sente-se perseguido e a série das nossas ações militares continuará", disse Gallant, num vídeo divulgado pelo seu gabinete.
O ministro da Defesa israelita acrescentou que o Hezbollah "vai pagar um preço cada vez maior" à medida que Israel procura tornar as condições perto da sua fronteira com o Líbano suficientemente seguras para que os residentes regressem às suas casas.
Esta quinta-feira, também as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram que estão a atacar novamente alvos do movimento pró-iraniano libanês Hezbollah no sul do Líbano, com o intuito de "danificar as capacidades e infraestruturas terroristas" do movimento.
Nesses ataques, o Exército israelita indicou que atingiu várias infraestruturas militares. "O Exército atingiu cerca de 30 lançadores do Hezbollah e locais de infraestruturas terroristas contendo cerca de 150 lançadores prontos para disparar projéteis em direção ao território israelita", afirmaram os militares de Telavive em comunicado.
Hezbollah acusa Israel de ultrapassar "todas as linhas vermelhas"
O líder do Hezbollah reconheceu que o grupo recebeu “um golpe severo e sem precedentes” e acusou Israel de ultrapassar "todas as linhas vermelhas" ao fazer explodir o equipamento de transmissão da milícia libanesa.
Num discurso transmitido em direto, Hassan Nasrallah afirmou que "o inimigo queria matar nada mais nada menos do que 5000 pessoas" ao fazer explodir os 'beepers' e 'walkie-talkies' durante dois dias consecutivos. Destas ações resultaram 37 mortos e mais de 3200 feridos.
"Sim, fomos sujeitos a um golpe enorme e severo. O inimigo ultrapassou todas as fronteiras e linhas vermelhas", afirmou.
Nasrallah anunciou que o Hezbollah abriu uma investigação interna sobre as explosões, segundo a agência francesa AFP.
Outras notícias que marcaram o dia
⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, acusou Israel de “alargar a guerra ao Líbano” com os mais recentes ataques. "Podemos ver que Israel está a começar a intensificar os seus ataques ao Líbano, passo a passo", disse Fidan numa entrevista em direto no canal de televisão estatal TRT, citado pela agência francesa AFP. "A escalada na região é preocupante".
⇒ Os chefes das diplomacias francesa e norte-americana apelaram, em Paris, a todas as partes para diminuírem as tensões no Médio Oriente, afirmando-se "muito preocupados" com a situação no Líbano e a possibilidade de uma guerra total na região. "Estamos coordenados para enviar mensagens de desescalada", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Stéphane Séjourné, que falava na capital francesa ao lado do homólogo norte-americano, a propósito do agravamento da crise entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah. A diplomacia norte-americana apelou, ainda, ao Hezbollah para pôr fim aos "ataques terroristas" a Israel.
⇒Dois soldados israelitas morreram no norte de Israel num ataque do Hezbollah, enquanto dois milicianos do movimento xiita libanês foram abatidos quando tentavam colocar artefactos explosivos na zona da fronteira com o Líbano, divulgou o exército israelita. Num comunicado, o exército israelita adiantou que os dois soldados morreram na sequência da explosão de alguns mísseis disparados pelo Hezbollah a partir do Líbano.
⇒Os Estados Unidos defenderam que o programa de Israel de apoio à expansão de colonatos na Cisjordânia "é inconsistente com o direito internacional" e "mina os esforços" para alcançar a solução de dois Estados. Numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre "as atividades de colonato no território palestiniano ocupado", o vice-embaixador dos Estados Unidos condenou a violência mortal contra civis palestinianos por "colonos extremistas na Cisjordânia" e reiterou que Telavive deveria "evitar operações militares e outras medidas que arriscam inflamar ainda mais as tensões e desestabilizar a situação já inflamável".