"O PAN concorre mais uma vez a todo o país e a todos os círculos eleitorais. Em 2024 conseguimos aumentar a nossa representação, ficámos quase à beira da eleição do segundo deputado e de conquistar um grupo parlamentar e é isso mesmo que queremos pedir aos portugueses: que nos deem a força de um grupo parlamentar, para podermos representar e levar mais longe as bandeiras e as causas em que se reveem", argumentou.

Inês Sousa Real falava aos jornalistas no Palácio da Justiça, em Lisboa, depois de ter entregado as listas do partido às eleições legislativas antecipadas de maio, cujo prazo termina hoje.

Traçando como objetivo "resgatar o grupo parlamentar", que o PAN conquistou pela primeira vez em 2019 com quatro deputados, a dirigente realçou que o partido tem sido "uma força política dialogante", quer com o governo de direita de Luís Montenegro, ou com o governo socialista de António Costa.

"Temos sido de facto uma força política dialogante que tem posto os interesses dos portugueses à frente e que tem dado resposta aos grandes desafios, desde o combate à violência doméstica, à corrupção, à crise climática e sem deixar também a proteção animal para trás, tem sido precisamente o PAN que tem dado essa resposta", enumerou.

Interrogada sobre os debates televisivos, que arrancam hoje, e a decisão da coligação PSD/CDS-PP de se fazer representar pelo presidente centrista, Nuno Melo, no frente-a-frente com o PAN, Inês Sousa Real afirmou que o partido ainda está a "refletir internamente" sobre qual será a sua representação nesse debate.

"Com a certeza de que voltar as costas a este debate por parte de Luís Montenegro é voltar as costas aos portugueses", criticou.

A porta-voz do PAN disse compreender que as pessoas estejam "cansadas e fartas de não ver as respostas para os seus problemas do dia-a-dia" e de constantes "jogos políticos ou crises mediáticas provocadas pelos grandes partidos, em particular PSD, PS e Chega".

"Neste momento acreditamos que as pessoas têm a consciência que votar nestes grandes partidos é um voto completamente inútil", atirou.

Sousa Real assegurou que o partido pretende fazer "uma campanha limpa, com alegria e com ânimo".

Nas últimas eleições legislativas, no ano passado, o PAN obteve 1,95 % dos votos, correspondente a 126.085 boletins, elegendo Inês Sousa Real como deputada única.

Em 2019 o PAN conquistou o seu primeiro grupo parlamentar, composto por André Silva (então líder e que entretanto se desvinculou do partido), Inês Sousa Real, Bebiana Cunha e Cristina Rodrigues, que também saiu do partido e é atualmente deputada pelo Chega.

Nas eleições seguintes, em 2022, o PAN perdeu o grupo parlamentar voltando à representação única, que mantém.

De acordo com o mapa-calendário divulgado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE, as candidaturas às eleições legislativas antecipadas de 18 de maio devem ser apresentadas até ao 41.º dia anterior à data das eleições, ou seja, hoje, ao juiz presidente do tribunal da comarca com sede na capital do círculo eleitoral.

 

ARL (SMA) // ACL

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