O Governo paquistanês fundamentou a futura nomeação com a "liderança decisiva" e a "intervenção diplomática" de Trump durante o conflito entre as duas potências nucleares, segundo um comunicado.

"Num momento de intensa turbulência regional, o Presidente Trump demonstrou uma grande visão estratégica e uma excecional habilidade política mediante uma sólida interação diplomática com Islamabade e Nova Deli, que reduziu a escalada de uma situação que se deteriorava rapidamente, alcançando finalmente um cessar fogo", referia-se no texto.

O anúncio foi conhecido depois de uma recente reunião, em Washington, entre o chefe do Exército do Paquistão, Asim Munir, e o Presidente norte-americano.

"Não receberei um Prémio Nobel da Paz por conter a guerra entre a Índia e o Paquistão (...). Não o receberei, mesmo que o faça, mas as pessoas sabem e isso é tudo o que me importa", escreveu na sexta-feira Trump na sua rede social Truth Social.

As afirmações de Trump sobre o papel de mediador, no entanto, chocam com a postura oficial de Nova Deli.

A crise entre os dois vizinhos com armas nucleares ocorreu em maio, quando ambas as nações se bombarderam mutuamente.

A escalada desencadeou-se após um atentado terrorista que custou a vida a dezenas de turistas num destino turístico na Caxemira administrada pela Índia.

Nova Deli acusou o Paquistão de patrocinar o ataque, uma alegação sobre a qual não apresentou provas públicas e que Islamabade nega.

Na sexta-feira, quando anunciou a antecipação da assinatura do acordo entre a República Democrática do Congo com o Ruanda, para a próxima segunda-feira, inicialmente marcado para dia 27, Trump escreveu: "Não receberei um Prémio Nobel da Paz independentemente do que faça, incluindo Rússia/Ucrânia e Israel/Irão, quaisquer que sejam esses resultados, mas já o sabemos", reivindicando também a manutenção da paz entre o Egito e a Etiópia.

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