
Numa altura em que a Europa enfrenta uma onda de calor, com temperaturas a rondar os 40.ºC, a cidade de Paris pôs fim a uma proibição que vigorava há mais de um século. A partir deste sábado, 5 de julho, até 31 de agosto volta a ser possível nadar no rio Sena — algo que era ilegal desde 1923, devido ao elevado nível de poluição e aos riscos associados à navegação fluvial.
De acordo com a France 24, vão existir três novas zonas de banho nas margens do rio em Paris — uma perto da Catedral de Notre-Dame, outra junto à Torre Eiffel e uma terceira na zona oriental da cidade.
As áreas de banho na capital, que vão estar rigorosamente delimitadas, vão dispor de balneários, casas de banho e duches. Ao todo, estas zonas vão ter capacidade para acolher entre 150 a 300 pessoas ao mesmo tempo.
No local haverá um nadador-salvador responsável por avaliar as capacidades dos nadadores antes de os autorizar a nadar de forma independente. Será penalizada a prática de natação fora das zonas autorizadas.
Pierre Rabadan, vice-presidente da câmara de Paris, afirmou que a qualidade da água é testada diariamente para garantir a segurança dos banhistas. Como nas praias, bandeiras coloridas vão indicar se é seguro entrar na água: verde para boa qualidade e vermelho para água imprópria ou correntes fortes.
Projeto de limpeza de 1,4 mil milhões de euros
No ano passado, a capital francesa foi palco dos Jogos Olímpicos de 2024, que decorreram entre 26 de julho e 11 de agosto.
Cerca de 10 dias antes do início dos Jogos, a água do rio Sena apresentava níveis de poluição superiores aos permitidos para a realização das provas de triatlo e natação em águas abertas. A má qualidade da água levou ao cancelamento de várias dessas provas.
Na altura, Paris deu início a um projeto de limpeza no valor de 1,4 mil milhões de euros, com o objetivo de tornar o rio novamente apto para a prática de desportos aquáticos.
O plano incluiu sistemas avançados de desinfeção, novas ligações de saneamento para as casas flutuantes e a construção de um grande reservatório para reduzir a contaminação durante as chuvas.