Parte do troço de madeira dos Passadiços do Paiva, em Arouca, está a arder e, embora nessa zona não haja risco habitacional, a autarquia diz que o combate ao restante incêndio está "sem meios" suficientes e é "inglório".

Este incêndio tem três frentes ativas e, segundo a autarquia do distrito de Aveiro, a situação é de "severidade", com estradas cortadas e escolas fechadas.

"Isto é totalmente inglório", declarou à agência Lusa a presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém.

"Estamos sem meios, precisamos de muito mais gente aqui a combater o fogo e quem está a fazer a gestão destes recursos a nível nacional tem que ter noção do terreno e atuar de acordo com o ele exige, sob pena de, a esta velocidade de propagação, se repetir aqui o que aconteceu em 2016", realça.

A referência da autarca é ao incêndio que, em agosto desse ano, consumiu numa semana cerca de 8.600 hectares de floresta em Arouca e outros 17.000 no concelho contíguo de São Pedro do Sul. Só no primeiro desses municípios, os prejuízos foram na altura estimados em mais de 100 milhões de euros.

Mais de 60 mil hectares ardidos

Sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam 47.376 hectares.

O Governo já declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.