O PS está a trabalhar numa proposta para criar sanções a deputados que se excedam no Parlamento, Pedro Delgado Alves vem falar sobre elas. Olhamos ainda para as moções de censura da história democrática e fazemos contas aos negócios do Primeiro-Ministro.
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O deputado socialista Pedro Delgado Alves não tem dúvidas de que “chegamos todos à conclusão de que o debate político tem tido uma degradação sem paralelo nos últimos 50 anos” e por isso é preciso criar regras na Assembleia da República que permitam aos deputados “desempenharem as suas funções sem serem intimidados”. Toda esta conversa vem a propósito de vários episódios protagonizados por deputados do Chega, mas o também vice-presidente da bancada socialista rejeita estar a criar uma lei ad hominem: “Fazer a vitimização do Chega parece-me inaceitável, basta que o Chega deixe de se comportar desta forma para que este debate não fosse necessário”.
O Presidente da Assembleia da República tem-se mostrado contra a aplicação de sanções, mas foi o próprio Aguiar-Branco que sugeriu a gravação permanente do que se diz no hemiciclo, uma ideia que parece não encher as medidas de Pedro Delgado Alves: “Gravar, nem se percebe bem o alcance que isso pode ter”, diz em entrevista ao Facto Político receando que o sistema comprometa conversas privadas dos deputados.
Primeiro-Ministro “não foi totalmente exaustivo"
Luís Montenegro enfrentou a primeira moção de censura menos de um ano depois de ter começado a liderar o governo, mas o debate no Parlamento acabou por se transformar num strip-tease da vida profissional e privada do Primeiro-Ministro, mas Pedro Delgado Alves acredita que não foi suficiente. Para o deputado socialista, Montenegro “incorreu num erro estratégico que foi ter escolhido aquele debate para prestar esclarecimentos”. Dizendo que “não foi totalmente exaustivo”, critica ainda a postura assumida no momento em que disse que só responde a quem fosse tão ou mais transparente que ele: “Não é assim que uma democracia funciona”.
Vai ser o novo líder parlamentar do PS? “Não faço ideia”
Com a candidatura autárquica de Alexandra Leitão, o Partido Socialista vai precisar de uma nova liderança parlamentar e o nome de Pedro Delgado Alves é um dos que tem circulado. Para já, o próprio nem confirma nem desmente: “Não sei, há 77 boas opções no Grupo Parlamentar do PS”, atira sem se retirar dessa corrida: “Não é uma função que desconheça, mas neste momento não acho que seja muito fundamental pensar muito sobre isso”
“É evidente que Sampaio da Nóvoa tem perfil presidencial”
Numa entrevista recente ao programa Sofá do Parlamento da Rádio Observador, Pedro Delgado Alves disse que Sampaio da Nóvoa preenchia “todos os requisitos” para se candidatar à Presidência da República, agora reafirma que “é evidente que Sampaio da Nóvoa tem perfil presidencial”, mas continua à espera que as personalidades se posicionem para poder tomar uma decisão: “Estamos na mesma decisão em que estávamos há dois meses”, diz evitando responder à pergunta sobre se é inevitável que o PS venha a apoiar António José Seguro.
Entre todos os factos que nos passam pelas mãos, os factos políticos são os nossos favoritos. Com o jornalista Diogo Teixeira Pereira, vamos tentar descobri-los nas entrelinhas dos discursos e nas conversas com os protagonistas da semana política. No final, fazemos uma previsão da meteorologia política para os dias seguintes que, se tudo correr como o previsto, vai falhar quase sempre. Facto Político, todos os sábados na SIC Notícias e em podcast.