
Num comício no Pavilhão Centro de Portugal, que encerrou a tarde de campanha dedicada ao distrito de Coimbra, Pedro Nuno Santos começou por dar os parabéns ao histórico socialista Manuel Alegre, que completa hoje 89 anos, e terminou a evocar Mário Soares, no dia em que a filha, Isabel Soares, teve uma intervenção.
O secretário-geral do PS apontou baterias à AD e à IL e referiu que o presidente da IL, Rui Rocha, que disse que houve uma tentativa de acordo pré-eleitoral, que o líder da AD "não confirmou", "já devia saber que Luís Montenegro nunca assume nada".
"Estão recordados das negociações do orçamento com André Ventura. Também não assumiu na altura o convite ou a proposta ou as cinco reuniões que o outro diz que aconteceram. Luís Montenegro nunca assume nada. Esconde sempre tudo dos portugueses", acusou.
Segundo Pedro Nuno Santos, "não se pode confiar na direita portuguesa".
"Nem em Luís Montenegro, nem em Rui Rocha e muito menos em André Ventura. Não são de confiança", acusou.
O líder do PS considerou que os socialistas são "bons a gerir crises" e também a "garantir estabilidade política".
"Porque nós temos a capacidade diálogo. Mesmo quando nós não temos uma maioria absoluta, nós conseguimos dialogar, nós conseguimos construir soluções duradouras. Eles nunca conseguiram uma legislatura inteira numa situação de minoria", contrapôs.
De acordo com Pedro Nuno Santos, o PS "conseguiu e não foi só uma vez".
"Porque nós temos a capacidade de dialogar, de ouvir, de ceder, de construir. Porque queremos garantir estabilidade", enfatizou.
Sobre as alegadas conversações entre a AD e a IL, o líder do PS diz ter "alguma dificuldade em perceber o porquê" de Rui Rocha querer "tanto um governo com Luís Montenegro depois das coisas acertadas" que disse sobre o primeiro-ministro e a sua empresa familiar.
"Disse mesmo Rui Rocha que, para continuar primeiro-ministro, Luís Montenegro tinha de respeitar um plano de três pontos. Primeiro, pedir desculpa aos portugueses pela imprudência e pela falta de transparência na condução desta matéria. Não pediu desculpa. Segundo, dar todos os esclarecimentos sobre a empresa. Era uma lista de esclarecimentos. Não deu todos. Em terceiro lugar, tem de desligar-se completamente desta empresa, seja por via direta ou por via familiar. Não aconteceu. Nenhum dos três pontos que Rui Rocha tinha apresentado no final de fevereiro se verificam", apontou.
Ao longo do discurso, Pedro Nuno Santos voltou a elencar as principais medidas do programa eleitoral do PS para estas eleições - tal como tem feito em todas as suas intervenções - e já se referiu ao executivo de Luís Montenegro como o "Governo do antigamente".
"Que ninguém se engane, que ninguém disperse o voto", disse, a fechar a sua intervenção, referindo que esse voto no PS no domingo permite "derrotar a AD, impedir mais deputados do Chega e dar a vitória a um governo progressista"
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