Um ex-bancário, que era acusado do desvio de 236 mil euros das máquinas multibanco do balcão do BCP no Centro Comercial Anadia, foi condenado, esta tarde, no tribunal do Funchal (Edifício 2000), a cinco anos de prisão mas com pena suspensa. Terá, no entanto, de se submeter a um programa de prevenção do vício do jogo e pagar uma indemnização à sua antiga entidade patronal no valor do montante do desfalque.

O arguido, de 51 anos, natural de Lisboa mas residente há muitos anos na Madeira, era acusado pelo Ministério Público da prática de um crime de abuso de confiança agravado e de um crime de falsidade informática. O desvio de verbas terá ocorrido até Julho de 2018. Na sequência do caso, foi despedido pelo banco.

A 12 de Novembro de 2024, na primeira sessão de julgamento, o arguido negou a prática dos crimes e assegurou que não ficou com o dinheiro. Apresentou-se ainda como vítima de “perseguição” e “bullying” por parte do banco onde trabalhou durante 20 anos. Mas a 11 de Março de 2025, já depois de terem sido ouvidas as testemunhas arroladas pela acusação, o ex-bancário pediu a palavra e confessou ao tribunal o desvio de dinheiro. Justificou-o com a necessidade de satisfazer o seu vício em apostas desportivas online. Afirmou ainda estar arrependido de tal conduta. Segundo relatou, nem a própria família sabia deste problema.

Esta tarde, na leitura do acórdão, a juíza Teresa de Sousa, que presidiu ao colectivo, deu como provados todos os factos que constavam da acusação e admitiu que a suspensão de pena é "uma excepcional oportunidade" que é concedida ao arguido, a qual teve em conta uma série de circunstâncias - o desfalque foi cometido há algum tempo (sete anos), quem foi lesado foi o banco e não os clientes da instituição, o arguido já não exerce funções na banca, está a trabalhar, tem apoio familiar, confessou os crimes e mostrou arrependimento.