Pela primeira vez, Kiev usou mísseis norte-americanos de longo alcance para atacar solo russo. Vladimir Putin respondeu de imediato autorizando, esta quarta-feira, o uso alargado de armas nucleares, uma decisão que marca um dramático ponto de viragem no conflito com possíveis consequências para o resto do mundo.

O decreto que esta terça-feira foi assinado pelo Presidente russo alarga os critérios para a utilização de armas nucleares em resposta a um ataque inimigo.

A alteração das regras surge depois de os media internacionais terem noticiado que os EUA autorizaram a Ucrânia a usar armamento norte-americano para ataques de longo alcance em solo russo.

A Casa Branca não confirma nem desmente, mas devolve a Moscovo as acusações de que está a lançar achas para a fogueira.

Para já, apenas os EUA autorizaram a Ucrânia a usar armas de longo alcance em solo russo, mas a mesma decisão pode ser tomada em breve por aliados como França e o Reino Unido.

Para tentar dissuadir os aliados ocidentais, o governo russo anunciou ainda que já iniciou a produção em série de abrigos antinucleares.

Bruxelas promete não deixar cair um povo que continua a pagar a guerra com a própria vida.

Países nórdicos preparam população para a guerra

Mil dias após o início da guerra, há países europeus que estão a avisar a população para se preparar para o alastramento do conflito.

Milhões de suecos estão a receber na caixa de correio um panfleto que os aconselha como enfrentar uma guerra: o que têm de armazenar em casa e como devem abrigar-se de um ataque aéreo são apenas algumas das sugestões em 31 páginas.

Não é a primeira vez que é distribuído, mas agora foi atualizado.

A Finlândia publicou online novos conselhos, enquanto os noruegueses receberam um panfleto semelhante.

Na Europa, apesar do consenso no reforço do envio de armamento para a Ucrânia, parece não existir um entendimento sobre como lidar com Putin.

Olaf Scholz ligou para Putin

Há dias o chanceler alemão, Olaf Scholz, ligou para o Presidente russo pela primeira vez em quase dois anos.

Perante as dificuldades económicas que a Alemanha atravessa, há quem suspeite da chamada, como é o caso do chefe de Estado da Polónia, que afirmou que Berlim está "à procura de oportunidades para chega a acordo com a Rússia de forma a regressar aos contratos de energia".

Um sobressalto que o chanceler alemão enfrenta a poucos meses de ir a eleições num país a atravessar uma rara e profunda crise económica.

Ainda assim, o consenso persiste no envio de meios para a Ucrânia antes que Trump chegue ao poder e mude as regras do jogo.