
O PS defendeu, na quarta-feira que os partidos com responsabilidades governativas devem "reconstruir a relação de confiança com os emigrantes", depois de o Chega ter voltado a ganhar na emigração, considerando que "na democracia ganha-se e perde-se".
Na FIL, em Lisboa, onde decorre a contagem dos votos dos emigrantes portugueses nas legislativas de 18 de maio, e numa altura em que os resultados oficiais não estão publicados, mas já é certo que o PS perdeu o seu único deputado nestes dois círculos, Pedro Vaz, secretário nacional para a organização, respondeu aos jornalistas sobre esta pesada derrota eleitoral.
"O Chega já tinha ganho as eleições nos círculos da emigração. Não há uma novidade nesta matéria. Aquilo que é necessário, a todos os partidos com responsabilidades governativas no nosso país, é reconstruir a relação de confiança com os nossos emigrantes", defendeu Pedro Vaz, passando essa reconstrução pela resolução dos problemas destas pessoas.
Referindo que o partido está neste momento já num processo de mudança de liderança, depois da demissão de Pedro Nuno Santos logo na noite das eleições, Pedro Vaz referiu que o partido "terá um trabalho de reflexão".
"A responsabilidade dos resultados obviamente é do Partido Socialista como um todo. O Partido Socialista não conseguiu convencer os portugueses que tinha o melhor projeto para o país e é assim na democracia. Na democracia ganha-se e perde-se", assumiu.
Projeto do PS "continua a fazer sentido para o país"
O dirigente do PS começou por, em nome do partido, agradecer "a cerca de um milhão e meio de portugueses que continuam a acreditar no Partido Socialista" e votaram nos socialistas, considerando que isso significa que o projeto do PS "continua a fazer sentido para o país".
"Relativamente aos resultados da emigração, como nos restantes resultados, obviamente este não era o resultado que o Partido Socialista esperava nestas eleições. O Partido Socialista perdeu claramente estas eleições e obviamente assumirá daqui para a frente, uma posição construtiva de oposição e de voltar a conquistar a confiança da maioria dos portugueses no projeto político que temos para o nosso país", apontou.
Assumindo que os socialistas "obviamente não estão satisfeitos com o resultado" eleitoral, Pedro Vaz disse que neste momento a palavra é do Presidente da República e, que, "ao que tudo indica, será indigitado o primeiro-ministro Luís Montenegro".
"Como é que o Governo de Luís Montenegro, da AD, pensa governar o país? O PS cá estará, como sempre, a apresentar as suas propostas na oposição e a fazer aquilo que sempre fez junto dos eleitores", assegurou.
Sobre as condições da governabilidade, o dirigente do PS remeteu para as palavras do presidente do PS, Carlos César, no sábado, à entrada para a Comissão Nacional do partido.
"Se nas últimas eleições legislativas, onde houve um empate em número de deputados do PSD e do PS, o Partido Socialista, de forma responsável, viabilizou o programa de Governo, votando contra a moção de rejeição que existiu, por maioria de razão nestas eleições iremos ter exatamente o mesmo comportamento de responsabilidade para com o país e para com os eleitores", enfatizou.
Com Lusa