O preço do café tem vindo a subir nos últimos dois anos e a previsão é que a tendência se mantenha. Esta quarta-feira, a variedade arábica atingiu um novo recorde no mercado de Nova Iorque, e está nos 4,07 dólares por libra-peso, avança o jornal Negócios. O mesmo acontece com o robusta que está a atingir máximos.
As alterações climáticas, o desinvestimento nas instalações de cultivos nos principais países produtores, a mudança dos padrões de consumo, com mais bebidas à base de café, e um mercado a crescer e a ser cada vez mais procurado pela Ásia e o Médio Oriente, fazem com que exista uma oferta mais baixa do que a procura.
Em declarações ao Negócios, o CEO da ActivTrades Europe diz que "as colheitas abaixo das espectativas no Brasil, devido ao mau tempo, que também tem afetado outros países da região, como a Colômbia", também tem contribuído para o aumento do preço do café.
"Além disso, a redução dos stocks disponíveis para exportação por parte de outros grandes produtores, como o Vietname e Índia, tem agravado a situação", afirma Ricardo Evangelista.
Outro fator que pode contribuir para o aumento dos preços é a ameaça de impor tarifas alfandegárias à Colômbia, o terceiro maior produtor mundial de café e o segundo maior fornecedor da América.
O Presidente dos Estados Unidos ameaçou impor tarifas extra de 25% à importação de produtos colombianos caso o país não autorizasse a entrada de aviões dos EUA com deportados.
O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acabou por autorizar a entrada dos aviões, mas Trump já avisou que as sanções podem ser implementadas a qualquer momento.
Uma coisa é certa, quer tome café em casa ou na rua, terá de se preparar para pagar mais.