Um responsável do gigante digital chinês Tencent afirmou que os robôs humanoides avançam rapidamente, mas o setor continua longe de lançar um produto revolucionário que popularize o seu uso, como aconteceu com o iPhone no mercado dos 'smartphones'.

O diretor do laboratório de robótica da empresa chinesa, Zhang Zhengyou, disse na terça-feira, em entrevista ao portal económico Yicai, que a inteligência incorporada -- inteligência artificial aplicada em sistemas físicos -- "ainda nem sequer atingiu o nível dos primeiros telemóveis 'tijolo'", muito antes de um "momento iPhone".

Segundo Zhang, isto significa que ainda é demasiado cedo para esperar retornos comerciais significativos.

"Nos anos 90, apesar de esses primeiros telemóveis serem caros e volumosos, muita gente já os utilizava. Pelo contrário, a maioria dos robôs humanoides encontra-se hoje nas fases de recolha de dados e de investigação e desenvolvimento", explicou.

Apesar disso, o investigador mostrou-se otimista quanto ao futuro: "Um dia, serão amplamente utilizados em setores e indústrias específicas. E, quando os custos baixarem, acabarão por entrar em todos os lares. Não tenho dúvidas de que isso acontecerá ainda durante a minha vida".

Zhang criou o laboratório de robótica da Tencent em 2018, numa altura em que era "praticamente impossível" encontrar empresas que fabricassem robôs humanoides.

Atualmente, a plataforma de inteligência incorporada desenvolvida pela equipa já é utilizada por várias companhias, como a Unitree, evidenciando o rápido avanço do setor, sobretudo desde o segundo semestre de 2023.

"Nos últimos anos surgiram muitas empresas de robótica e hoje temos todo o tipo de 'hardware', como cães-robôs, robôs humanoides, sensores táteis e mãos hábeis. O panorama do setor está em plena evolução", afirmou.