
O Partido Reagir Incluir Reciclar (RIR) disse, hoje, ter recebido "denúncias de familiares de utentes recentemente internados num dos serviços do Hospital dos Marmeleiros, que apontam falhas graves na qualidade dos cuidados prestados, resultantes da falta de pessoal auxiliar e de enfermagem".
Em comunicado de imprensa, o partido indica que já foram apresentadas reclamações formais junto das entidades competentes. No entanto, "os familiares entenderam ser necessário tornar pública a situação, como forma de alerta e de apelo urgente à melhoria das condições nos vários serviços do hospital", expõe o RIR na mesma nota.
"As queixas são claras e consistentes: profissionais exaustos e uma preocupante falta de supervisão e apoio directo aos utentes. Esta ausência de acompanhamento reflecte-se, por exemplo, em atrasos na administração das refeições e da medicação, bem como na falta de supervisão e auxílio durante os cuidados de higiene pessoal", ilustra o partido.
Outra das denúncias prende-se com "a falta de higiene visível nas instalações sanitárias, especialmente aos fins-de-semana e feriados".
O RIR considera "inadmissível — que os profissionais de saúde, já sobrecarregados com o trabalho extraordinário a que são submetidos para colmatar as falhas existentes — sejam colocados numa situação de desgaste permanente, ao mesmo tempo que os utentes ficam privados de cuidados básicos e essenciais".
O partido alerta ainda para "o paradoxo evidente entre o foco político e mediático nas listas de espera — tema importante, sem dúvida — e a ausência de respostas a problemas ainda mais urgentes e estruturais, como a carência crónica de profissionais nos nossos hospitais".
"Que sentido faz discutir prazos para internamentos e cirurgias, quando não conseguimos garantir cuidados mínimos a quem já está hospitalizado?", questiona Liana Reis citada em comunicado.
"O Partido Reagir Incluir Reciclar exige que o Governo Regional da Madeira enfrente esta realidade com responsabilidade e urgência. Não bastam discursos: é preciso investir seriamente na contratação de profissionais de saúde, garantir condições de trabalho dignas, e assegurar que os cuidados prestados correspondam à dignidade que cada utente merece. O silêncio e a inação perante este cenário são cúmplices do colapso progressivo do nosso sistema regional de saúde", remata a coordenadora regional do RIR.