"Precisamos de aumentar as nossas despesas com a Defesa. Ouvimos o Chefe do Estado-Maior da Defesa alemão dizer, há alguns dias, que em 2029, em 2030, a Rússia poderá estar pronta para tentar algo contra território da NATO. Portanto, estamos seguros agora. Não estamos seguros daqui a três ou cinco anos, pelo que temos de gastar mais", declarou, em Roma.

Rutte referia-se a uma recente entrevista do inspetor-geral das forças armadas alemãs, Carsten Breuer, segundo o qual a partir de 2029 a Rússia poderá estar em condições de "lançar um ataque de grande escala contra território da NATO", apontando que Moscovo está a produzir centenas de tanques por ano, muitos dos quais poderiam ser utilizados para um ataque aos países bálticos da Aliança.

O secretário-geral da NATO falava numa conferência de imprensa no final de uma reunião de chefes de diplomacia no formato Weimar+, o grupo de nações que lideram o apoio a Kiev, realizada na capital italiana.

Além dos países do "triângulo de Weimar" - Alemanha, França e Polónia -, este formato de reunião integra ainda Itália, Reino Unido e Espanha, além da Alta Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, tendo sido agora alargada, pela primeira vez, à Aliança Atlântica.

A menos de duas semanas de uma cimeira de líderes da NATO, em Haia, na qual os Aliados vão tentar chegar a acordo sobre a proposta de Mark Rutte, 'inspirada' na exigência do Presidente norte-americano, Donald Trump, de os Estados-membros aumentarem a despesa em Defesa para os 5% do respetivo produto interno bruto (PIB), o secretário-geral argumentou que este objetivo "baseia-se realmente em factos, num estudo aprofundado feito coletivamente sobre as lacunas existentes nas capacidades [dos Estados-membros] e a forma de as colmatar".

"Os ministros da Defesa [da NATO] chegaram a acordo sobre isso na passada quinta-feira. Cabe agora aos dirigentes chegar a acordo sobre as despesas suplementares necessárias para que isso seja possível", disse.

Relativamente à Ucrânia, o secretário-geral da Aliança Atlântica insistiu que é necessário garantir que Kiev está "na melhor posição possível para, por um lado, manter o conflito em curso com a Rússia, a agressão russa não provocada contra a Ucrânia, mas também para estar na melhor posição possível quando surgir um cessar-fogo a longo prazo e um acordo de paz para garantir que [o Presidente russo, Vladimir] Putin nunca, mas nunca, voltará a tentar fazer isto".

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